• Bolsonaro indica filiação a novo partido em março se Aliança não for criada

    O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) indicou nesta segunda-feira (23) que pretende analisar em março do próximo ano sua filiação partidária.

    “Não é fácil formar um partido hoje em dia. A gente está tentando [formar a Aliança pelo Brasil] mas, se não conseguir, a gente em março vai ter uma nova opção”, disse ao chegar ao Palácio da Alvorada, em Brasília.

    A fala foi transmitida por um site bolsonarista.

    Bolsonaro respondeu a uma apoiadora, que disse estar trabalhando pela criação, no Paraná, da Aliança pelo Brasil —legenda que bolsonaristas tentam formalizar.

    O calendário apresentado por Bolsonaro nesta segunda-feira mostra que ele deve esperar a eleição para a presidência da Câmara, em fevereiro, para tratar da sua filiação partidária.

    Bolsonaro deixou o PSL no ano passado após atritos com a direção do partido pelo qual se elegeu presidente. Depois, investiu na criação da Aliança, mas a legenda não saiu do papel até hoje.

    Agora, volta à estaca zero e precisa escolher um novo partido. Boa parte dos aliados de Bolsonaro avalia que ele deve desistir da ideia de criar a Aliança e partir para uma sigla já existente.

    Os auxiliares presidenciais se dividem sobre se Bolsonaro deveria ir para um partido menor ou um mais consolidado, como os do centrão.

    O PP, o Republicanos e o próprio PSL são opções. Entre os nanicos, o Patriota é uma possibilidade —Bolsonaro quase se filiou ao partido em 2018 para disputar a eleição presidencial.

    O presidente planeja sua filiação a uma agremiação de olho nas eleições de 2022, quando deve tentar a reeleição.

    O fato de Bolsonaro não ser filiado a partido algum foi apontado por aliados como um dos fatores que levaram à derrota de candidatos apoiados pelo presidente nas eleições municipais deste ano.

    Teria sido mais fácil, avaliam aliados, lançar candidatos de uma sigla da qual o presidente fizesse parte e associar o número deles ao do presidente, como ocorreu com o número 17 em 2018.

    Além disso, Bolsonaro não pode viajar para fazer campanhas pelo risco de ser acusado de desvirtuar viagens da Presidência para outros fins. Presidentes da República podem participar de campanhas políticas, mas essas viagens costumam ser bancadas pelas legendas da qual fazem parte. Folha de SP

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