O diretório do PSDB no Maranhão ainda não se manifestou sobre quem apoiará nas prévias para escolher o candidato a presidente da República do partido.
Na segunda-feira, o PSDB de Minas Gerais decidiu que apoiará o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite. O estado é o segundo maior colégio eleitoral do partido no país, atrás apenas de São Paulo.
A estratégia de Leite é juntar Minas Gerais, seu estado natal o Rio Grande do Sul, e Ceará, liderado por Tasso Jereissati e que também caminha nos bastidores para apoiar Leite. Somados, esses três estados têm mais votos do que o de São Paulo e isso jogaria a disputa para os outros estados, incluindo o Maranhão. Hoje, o ninho tucano maranhense tem como presidente o advogado do vice-governador Carlos Brandão, Pedro Chagas.
Até agora, Acre, Pará, Paraná e São Paulo já fecharam apoio ao governador João Doria para Presidente da República. Minas Gerais fechou apoio a Leite.
No caso do Maranhão, o vice-governador Carlos Brandão sempre teve uma relação muito próxima com o deputado federal Aécio Neves, que tentar barrar a candidatura do desafeto Doria e deixar aberta a possibilidade de o partido não ter candidato ao Planalto em 2022 e compor com alguém do centro, eventualmente ocupando a vaga de vice – na visão dos aecistas, essa pretensão fica mais fácil com Leite.
O pano de fundo da disputa, no entanto, é o dinheiro de campanha. Doria afirma que a intenção dos aecistas é, ao final, não ter candidato a presidente e, com isso, concentrar a verba do fundo eleitoral nas candidaturas a governador, senador e deputados, o que agrada mais ao projeto de Aécio.
Em contrapartida, Brandão e o governador Flávio Dino mantêm boas relações com o governador João Doria, aproximação que se intensificou no período da pandemia quando do embate dos governadores com o presidente Bolsonaro.
Por outro lado, Carlos Brandão tenta se cacifar como candidato a sucessão do governador Flávio Dino com o apoio do PT e de Lula. O ex-presidente tem o apoio de Dino enfrentar Bolsonaro.
Brandão já disse que pode apoiar Lula, tendo um petista como vice com o aval de Flávio Dino. Entretanto, caso o PSDB tenha Doria ou Eduardo Leite candidato à Presidência, seria uma equação a ser resolvida no Maranhão. Isso pode provocar a saída do vice-governador do PSDB para um partido que lhe garanta tranquilidade de aliançar com Lula/PT.
Além de Doria e Leite, estão na disputa pelas prévias o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio e o senador Tasso Jereissati. Mas como a tendência é de que ambos abandonem a disputa, o embate real ocorre entre Doria e Leite.