• ‘Ainda estamos muito aquém daquilo que prometemos’, diz Lula sobre queda na popularidade do governo

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva minimizou a queda da popularidade do governo revelada por três pesquisas nos últimos dias, mas reconheceu que sua gestão ainda está “aquém” daquilo que prometeu. A avaliação positiva da atual gestão federal atingiu o menor patamar desde o início do terceiro mandato, segundo a última pesquisa Ipec divulgada na sexta-feira.

    — Você utiliza a pesquisa não para ser contra ou para ficar feliz ou muito triste por causa da pesquisa. Você utiliza como instrumento de ação e de mudança da sua estratégia de governo — disse em entrevista ao SBT Brasil que vai ao ar na noite desta segunda-feira, completando: — Não tem nenhuma razão de o povo brasileiro me dar 100% de popularidade porque ainda estamos muito aquém daquilo que nós prometemos.

    A declaração dada em entrevista ao SBT foi em reação a questionamento sobre pesquisas eleitorais. Na semana passada, Ipec e Quaest divulgaram levantamentos que mostram um aumento da avaliação negativa do governo.

    “Eu tenho certeza absoluta que não tem nenhuma razão do povo brasileiro para me dar 100% de popularidade porque ainda nós estamos muito aquém daquilo que prometemos. Eu sei o que prometi para o povo, eu sei os compromissos que fiz com o povo. Até agora, preparamos a terra, aramos, adubamos e colocamos a semente. Cobrimos a semente. Este é o ano em que vamos começar a colher o que plantamos”, disse.

    De acordo com a Ipec, 33% dos brasileiros consideram a gestão de Lula ótima ou boa — cinco pontos percentuais a menos que o registrado em dezembro, na sondagem anterior, e oito a menos na comparação com março do ano passado.

    Um levantamento da Genial/Quaest, divulgado na última quarta, 6, também mostra que as declarações do presidente brasileiro sobre Israel derrubaram a avaliação a seu nível mais baixo neste terceiro mandato, sobretudo entre os evangélicos, grupo majoritariamente alinhado ao bolsonarismo.

    A desaprovação ao presidente passou de 43% em dezembro para 46% e a aprovação recuou de 54% para 51%; entre o segmento religioso, os que desaprovam saltaram de 56% para 62% e os que aprovam despencaram de 41% para 35%.

    Os dados mostram que o recuo na percepção de que o governo é ótimo ou bom foi maior no perfil do eleitorado que escolheu o presidente em 2022. Entre os que declararam voto em Lula, o índice passou de 69% para 61%.

    Para o petista, o Brasil não está dividido em partidos, mas entre ele e o ex-presidente Jair Bolsonaro.

    — Não me preocupo com a polarização, porque o Brasil foi polarizado entre PSDB e PT durante muito tempo. Verdade, foi assim em 89 foi assim em 94 foi assim, foi assim em 98 foi assim em 2002, em 2006. Agora, o Brasil está polarizado entre duas pessoas. Não são nem dois partidos, porque o meu partido existe, o partido deles não existe. É uma legenda eminentemente eleitoral — comentou.

    “Então, a polarização é boa se a gente souber trabalhar os neutros para que a gente possa construir maioria e governar o Brasil. Eu acho que o mundo vai continuar assim. O mundo está muito polarizado em todos os continentes”, continuou.

    Deixe uma resposta