• Anielle jantou com Silvio Almeida para evitar escândalo, diz revista

    A ministra Anielle Franco, do ministério da Igualdade Racial, tentou evitar que os casos de assédio supostamente causados pelo ex-ministro Silvio Almeida virassem um escândalo. Em depoimento, ao qual a revista Veja teve acesso, disse que até marcou uma conversa para colocar um ponto final na situação, mas que a tentativa não surtiu efeito.

    Os 2 se conheceram no período de transição do governo Lula. Depois da posse, os então ministros ficaram mais próximos. Segundo ela, os casos de importunação sexual começaram no início de 2023. O ex-ministro fazia “elogios” inconvenientes, dava olhares enviesados e, em um dos episódios, chegou a colocar as mãos entre as pernas dela.

    Mensagens de WhatsApp divulgadas pela revista mostram que o ex-ministro escreveu em 28 de agosto de 2023 que gostaria de ser “parceiro” e a pessoa em que Anielle poderia “confiar”.

    “Eu [Almeida] não estava bêbado quando conversamos ontem no avião do PR […] só temos a ganhar nos unindo. […] reafirmo o que disse por último: acho você uma mulher extraordinária, Anielle Franco”.

    A ministra respondeu: “Minha admiração por você é imensa. A última coisa que eu quero é que a gente se dê mal. Sei que a gente pode não ter começado tão bem, mas acredito de verdade, que a gente pode mudar”.

    Mais tarde no mesmo dia, o ministro escreveu “eu [Silvio] quero recomeçar com você. Recomeçar”. Anielle respondeu com “Eu também”.

    De acordo com a revista, a ministra disse que o convite do jantar partiu dela para tentar mudar as atitudes do ex-ministro e evitar o escândalo. A conversa teria se desenrolado normalmente, com Almeida reconhecendo que passou dos limites. Porém, na saída do local, o ex-ministro teria cometido mais um ato de importunação sexual, quando sussurrou no ouvido de Anielle um desejo impublicável.

    A ministra declarou que não formalizou a denúncia anteriormente com medo de ser desacreditada e perder o cargo, por ter dificuldades em comprovar as acusações. Normalmente, existem poucas provas em casos de assédios, devido às situações em que o crime é praticado.

    O ex-ministro foi demitido na noite de 6 de setembro pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na 2ª feira (9.set.2024), Lula escolheu a deputada estadual de Minas Gerais Macaé Evaristo (PT) para ser a nova ministra dos Direitos Humanos. Poder 360

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