Minutos depois de o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidir pela manutenção das medidas cautelares, mas descartar uma prisão preventiva, o ex-presidente Jair Bolsonaro participou na manhã desta quinta-feira de um culto evangélico ao lado da mulher, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. O casal compareceu à Catedral da Benção, em Taguatinga, região administrativa do Distrito Federal.
Na celebração religiosa, Bolsonaro chegou a chorar ao ouvir o sermão da pastora Ezenete Rodrigues, que pregou com uma bandeira do Brasil na mão.
Michelle também discursou e falou sobre a situação jurídica de seu marido, que acompanhou da plateia.
— Você que está vivendo uma censura prévia e está tendo seu direito de liberdade de expressão violado, quero dizer que Deus está no controle de todas as coisas (…) o inimigo tem tentado destruir a nossa nação — disse Michelle.
A ex-primeira-dama fez um discurso religioso afirmando que eles vão vencer porque Cristo venceu:
— Dói não poder sair com a família, mas eu serei obediente ao meu chamado. A liberdade prevalecerá.
O ex-presidente participou do culto na Igreja Casa da Benção, em Taguatinga (DF), ao lado do senador Magno Malta (PL-ES) e do filho Jair Renan, vereador em Balneário Camboriú (SC). Mais novo de seus quatro filhos homens, ele está acompanhando o pai ao menos desde o início da semana. Em sua fala, a ex-primeira-dama falou haver censura contra o marido e disse que Deus está no comando. Bolsonaro, que estava na primeira fileira, chorou.
Em nova decisão proferida nesta quinta-feira, o ministro do STF Alexandre de Moraes afirmou que as medidas cautelares impostas ao ex-presidente não incluem veto a entrevistas e participação de eventos públicos, apesar de estar proibido de usar redes sociais.
O ministro também reiterou que Bolsonaro está proibido de manter contato com outros investigados e deixar o Distrito Federal sem autorização judicial.
Em silêncio desde que foi intimado a prestar esclarecimentos sobre supostas violações das medidas impostas, Bolsonaro tem adotado uma agenda reservada e restrita à sede do PL, partido ao qual é filiado, e à própria residência.
Michelle, que recentemente assumiu mais protagonismo político à frente do PL Mulher, tem reforçado o discurso religioso e conservador do casal e também é apontada como possível plano B eleitoral da direita. A presença dos dois no templo reforça a estratégia de manter viva a conexão com a base evangélica, um dos pilares do bolsonarismo.
Moraes afirmou que, em discurso na Câmara dos Deputados, Bolsonaro voltou a instigar apoiadores contra as medidas impostas pelo Supremo. A replicação da fala do ex-presidente pelo filho Eduardo Bolsonaro (PL) nas redes sociais foi caracterizada pelo ministro como um “ilícito modus operandi” na tentativa de obstrução de Justiça.
Na decisão, o ministro diz que Bolsonaro não está proibido de dar entrevistas ou discursos públicos. Segundo Moraes, o veto está relacionado à “utilização de subterfúgios para a manutenção da prática de atividades criminosas”.
Moraes entende que as declarações de Bolsonaro são previamente definidas para repercutirem nas redes sociais de forma coordenada. Essa estratégia, na visão do ministro, seria uma forma do ex-presidente burlar a decisão do STF que o proibiu de usar redes sociais.
Respostas de 2
Choro de crocrodilo
Chora mesmo , covarde vagabundo!!! Vc já fez milhares de famílias chorarem durante o descaso com a pandemia!! Bando de Fariseus!!