O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está com câncer de pele e passará por acompanhamento clínico para a reavaliação de sua condição. O diagnóstico foi constatado após exames realizados no último domingo (14), de acordo com a equipe médica que fez o atendimento.
O boletim médico divulgado pelo hospital DF Star apontou duas lesões cutâneas com “presença de carcinoma de células escamosas”. Bolsonaro terá que passar por “acompanhamento clínico e reavaliação periódica”.
Segundo o médico Cláudio Birolini, trata-se de uma condição intermediária, que não é a mais leve e nem a mais grave entre os tipos de câncer de pele.
O ex-presidente recebeu alta e deixou o hospital em Brasília após passar a noite no centro médico em decorrência de uma crise de vômito e soluços.
Ele fez uma série de exames que identificaram persistência de anemia e mudanças na função renal. Realizou também ressonância magnética para tentar identificar os motivos por trás de sintoma de tontura, mas o exame não identificou alterações graves.
O cirurgião Cláudio Birolini, chefe da equipe médica que acompanha a saúde de Bolsonaro, afirmou que o motivo da internação foi um mal-estar com soluços e vômitos, agravado por um quadro de desitratação.
— Estava em casa à tarde e teve um mal-estar súbito, queda de pressão, taquicardia, tontura, o que chamamos de pré-síncope — disse Birolini. O ex-presidente teve melhora dos sintomas e da função renal após hidratação e rempedios administrados pela veia.
Além disso, o médico afirmou que o resultado de biópsias realizadas pelo ex-presidente no domingo, quando retirou oito lesões na pele para investigação, apontou a existência de um câncer de pele, chamado carcinoma de células escamosas “in situ”, em duas das oito lesões removidas. Segundo o médico, porém, a retirada já é considerada cura e não há necessidade de tratamento neste momento, apenas acompanhamento.
— Duas (das lesões retiradas) vieram positivas de um tipo de tumor que é o carcinoma de células escamosas, que não é o mais bonzinho e nem o mais agressivo, é um intermediário. Ainda assim, é um tipo de câncer de pele que pode ter consequências mais sérias — afirmou Birolini.
As lesões tidas como cancerígenas estavam no tórax e outra em um dos braços. A retirada já é considerada cura, segundo Birolini. Bolsonaro está com curativos e levou pontos, que devem ser retirados em duas semanas, período em que deverá ser reavaliado pelos médicos.
Birolini diz que o Bolsonaro tem muitas lesões de pele devido à exposição ao sol ao longo dos anos, e que uma delas, a do braço, chamou a atenção dele em abril, quando da cirurgia no trato intestinal. Essa é uma das que foi diagnosticada como câncer.
O ex-presidente cumpre prisão domiciliar após o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes considerar que ele descumpriu medidas cautelares impostas no inquérito que investiga tentativa de obstrução de Justiça no caso da trama golpista.
Bolsonaro foi condenado na semana passada pelo STF a 27 anos e três meses de prisão por tentativa de golpe de Estado.
Aliados citam a saúde como argumento para que ele cumpra pena em casa após condenação por tentativa de golpe de Estado, e, como revelou a Folha, seus advogados pretendem argumentar riscos caso ele seja obrigado a cumprir a pena em um presídio ou na PF (Polícia Federal).
O ex-presidente está em pânico com a possibilidade de ser enviado para uma cela do Complexo Penitenciário da Papuda, segundo aliados. Ele tem medo de passar mal no local e não ter atendimento médico apropriado, ou de ser mal tratado por outros presos com quem eventualmente tenha que conviver.
Leia a íntegra do boletim médico que deu alta a Bolsonaro:
“O ex-presidente Jair Messias Bolsonaro foi admitido no Hospital DF Star na tarde do dia 16 de setembro, devido a quadro de vômitos, tontura, queda da pressão arterial e pré-síncope. Apresentou melhora dos sintomas e da função renal após hidratação e tratamento medicamentoso por via endovenosa. O laudo anátomo patológico das lesões cutâneas operadas no domingo mostrou a presença de carcinoma de células escamosas “in situ”, em duas das oito lesões removidas, com a necessidade de acompanhamento clínico e reavaliação periódica. Recebe alta hospitalar, mantendo o acompanhamento médico.”


