Após ser derrotado nas eleições, Jair Bolsonaro pressionou os partidos que integraram sua base, em especial o PL, para colocar em xeque o resultado do pleito que teve Lula vitorioso. Diante da insistência do então presidente, tomou forma a ação capitaneada pela sua legenda para questionar a validade da quase 300 mil urnas, e só no segundo turno.
Com o plano definido, membros do PL pediram para que o próprio Bolsonaro liderasse esse processo e assinasse a ação dirigida ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes. Afinal, era ele o maior interessado. Bolsonaro, no entanto, se recusou a ter sua digital declarada na investida golpista.
Desde a campanha, o ex-presidente não escondia o medo de ser preso, caso fosse derrotado nas urnas. O documento acabou sendo assinado pelo advogado Marcelo Bessa, que tinha uma procuração do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, representando a coligação de Jair Bolsonaro.
A omissão da assinatura de Bolsonaro causou grande irritação entre lideranças alinhadas a Valdemar, que consideraram que o ex-presidente deixou o cacique partidário sozinho e com o “problema no colo”. Para completar, esta mesma ala do PL descobriu um plano do clã Bolsonaro que pretendia dar o comando da legenda para o senador Flávio Bolsonaro.
Valdemar já sinalizou a aliados que se arrependeu de ter apresentado a ação ao TSE, que culminou numa multa de R$ 22,9 milhões aplicada ao PL, além do bloqueio das contas da sigla. (O Globo)