Ao votar o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) no apagar das luzes do ano passado, o Congresso turbinou pastas chefiadas por partidos como União Brasil, PP e PSD, que terão até oito vezes mais recursos para gastar em 2024 do que o inicialmente previsto pelo governo.
É o caso, por exemplo, do Ministério do Esporte, há quatro meses sob o comando de André Fufuca, deputado federal do PP licenciado.
A proposta inicial enviada por Lula previa dar R$ 607,8 milhões para o ministro ligado ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), administrar. Deputados e senadores, contudo, elevaram o montante em 320%, para R$ 2,53 bilhões.
Durante as negociações da reforma ministerial, no segundo semestre do ano passado, o PP só aceitou assumir o Esporte diante do compromisso do governo de garantir um orçamento mais robusto e uma estrutura maior para a pasta. Fufuca chegou a ir pessoalmente à Câmara pedir mais verba aos colegas.
— Não dá para a gente falar em ajudar o esporte e o Orçamento encaminhado (pelo governo) ter só R$ 600 milhões, com todo respeito — disse o ministro em outubro durante audiência na Comissão de Esporte da Câmara.
Um dos programas que ganhou mais recursos dentro do ministério foi o que prevê investimentos em infraestrutura para esporte amador, o que inclui, por exemplo, a construção de quadras esportivas. A previsão inicial era de R$ 69 milhões, mas passou para R$ 813 milhões.
A forma utilizada pelos parlamentares para aumentar a verba desses ministérios foi a destinação de emendas e o remanejamento de recursos de outras áreas, como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Apesar de ser um dos carros-chefe da gestão de Luiz Inácio Lula da Silva, a iniciativa perdeu aproximadamente R$ 6 bilhões após a interferência dos congressistas. (O Globo)