Após um cálculo equivocado que resultou na eleição de dois opositores para o comando da CPI do INSS, a base governista agora concentra esforços na disputa pelo cargo de vice-presidente do colegiado, função de caráter mais simbólico, em uma tentativa de retomar a influência política dentro da comissão.
A derrota ficou evidente com a eleição de Carlos Viana (Podemos-MG) para a presidência da CPI, em chapa que uniu setores da oposição. Ele escolheu Alfredo Gaspar (União-AL) para a relatoria. A movimentação pegou a base de surpresa e expôs fragilidades na articulação interna do governo, que apesar de ter maioria no colegiado estava com seus representantes ausentes.
A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, indicou que o nome para a vice-presidência deve ser do PT e teria definido Paulo Pimenta (RS) como candidato preferencial. No entanto, outro integrante da base, Duarte Júnior (PSB-MA), também se colocou à disposição, sendo apontado por aliados como uma opção de maior equilíbrio político.
Interlocutores do governo afirmam que a decisão será formalizada em reunião prevista para a próxima segunda-feira.
Do lado da oposição, nomes como Bia Kicis, Coronel Fernanda e Zé Trovão também se apresentaram. O PL negocia um acordo com o Novo, que lançou Marcel Van Hattem (RS), para indicar um único candidato, evitando divisão de votos. A oposição também deve se reunir antes da próxima sessão, que ocorre na terça-feira.
Há ainda desconforto com o anúncio de que as reuniões ocorrerão às segundas e quintas-feiras, quando Brasília costuma estar mais vazia. Deputados já negociam adiar a primeira sessão para terça-feira, às 9h, buscando maior quórum e engajamento.
