A coluna Painel da Folha de S. Paulo informa nesta segunda-feira, 18, que os integrantes do STF têm demonstrado incômodo com o presidente Lula pela sua demora em escolher o próximo ministro da Justiça. Flávio Dino deixará a pasta após ter sua indicação aprovada pelo Senado na semana passada. Ao todo, 47 senadores referendaram a escolha do presidente da República.
“Segundo um integrante da corte, a permanência de Flávio Dino à frente da pasta, mesmo após sua aprovação para o Supremo pelo Senado, é uma situação desconfortável”, informa o jornal paulista.
“O ideal, na avaliação de um ministro, é que a nomeação de seu sucessor por Lula ocorra no máximo no começo de janeiro, para não deixar uma situação de vácuo durante muito tempo”, complementa o jornal.
O nome do ministro aposentado do STF Ricardo Lewandowski é apontado como um dos favoritos; outro que ganha força é o presidente do grupo Prerrogativas, Marco Aurélio Carvalho.
Dino deve tomar posse no STF em 22 de fevereiro, após o recesso do Poder Judiciário.
E a cadeira no Senado?
A posse de Dino também terá reflexo no Senado. O mandato de Dino no Senado será assumido definitivamente pela sua suplente, Ana Paula Lobato (PSB). Ela já vinha no cargo desde o começo deste ano, quando Dino assumiu o Ministério da Justiça.
Lobato é formada em enfermagem, tem 39 anos, sendo a mais jovem senadora desta legislatura. A suplente de Dino é casada com o ex-presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão e o deputado estadual Othelino Neto (PCdoB-MA).
A corrida de Dino
A cadeira vaga do STF foi preenchida após uma intensa campanha realizada por ministros do STF, advogados e integrantes da Esplanada dos Ministérios. Dino foi indicado após sugestões dos ministros Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes. Tanto Moraes quanto Mendes ligaram para senadores ao longo das duas últimas semanas pedindo votos ao ex-governador do Maranhão.
Ministros como Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Waldez Góes (Desenvolvimento Regional) e Rui Costa (Casa Civil) também participaram da campanha. Outro personagem que pediu votos pessoalmente foi o advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay.