Uma resposta dada pelo presidente Lula (PT) durante o “happy hour” com lideranças do Senado, realizado na noite de terça-feira (5), no Palácio da Alvorada, deixou a senadora Eliziane Gama (PSD-MA) especialmente entusiasmada.
Depois de discursar e pedir ao petista que desse mais atenção à bancada feminina, a parlamentar aproveitou a ocasião para convidá-lo a se reunir com as 15 senadoras da Casa em um jantar. Lula teria recebido a proposta de bom grado e dito que sim, estaria disposto a marcar esse encontro.
Ainda que não tenha sido confirmada, a eventual realização do jantar daria a oportunidade que Eliziane procura para tentar sensibilizar o presidente de que é preciso fazer história e eleger, pela primeira vez, uma mulher para a presidência do Senado Federal.
De acordo com Eliziane, Lula recebeu bem a proposta e a questionou se a bancada feminina, de fato, atenderia ao convite para o encontro. Eles brincaram e chegaram à conclusão de que somente Damares Alves (Republicanos-DF) e Tereza Cristina (PP-MS) não compareceriam, por serem vozes de oposição na Casa. As duas foram ministras no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A senadora maranhense aposta no apoio da primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, que também articula um encontro com as mulheres do Senado. Um dia antes da happy hour, Janja criticara a falta de representatividade feminina no Supremo Tribunal Federal (STF), ao participar do lançamento do Relatório Agenda Transversal de Mulheres. Com a aposentadoria de Rosa Weber, ex-presidente do STF, a Suprema Corte tem apenas uma mulher, a ministra Carmen Lúcia.
Postulante à sucessão de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) em 2025, a parlamentar do Maranhão apresentou seu nome formalmente aos colegas de bancada do PSD no mês passado. Um consenso sobre os próximos passos da legenda, contudo, ainda está longe de ser formado.
Dentro do PSD, o senador Angelo Coronel (BA) já sinalizou ter interesse em concorrer, enquanto Pacheco tenta emplacar o aliado e ex-presidente do Senado Davi Alcolumbre (União-AP) no cargo.
A possível entrada de Eliziane Gama na disputa já congrega apoios da bancada feminina do Senado —ainda que não seja uma unanimidade, dada a presença de senadoras da oposição no colegiado.
Além de defender pautas relacionadas às mulheres, Eliziane se destacou nos últimos anos por sua atuação junto à CPI da Covid e enquanto relatora da CPI do 8 de janeiro, pedindo o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outras 60 pessoas.