• Em acareação, Cid evita encarar Braga Netto e é chamado de mentiroso pelo general

    A acareação entre o tenente-coronel Mauro Cid e o general da reserva Braga Netto, na manhã desta terça-feira (24/6), no STF, foi marcada por momentos de constrangimento para o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL). Em duas oportunidades, Braga Netto chamou Cid de “mentiroso”. O adjetivo foi dito justamente nos dois momentos mais esperados da acareação.

    A sessão foi conduzida pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, relator do inquérito do golpe na Corte, e contou com as presenças do ministro Luiz Fux, do procurador-geral da República, Paulo Gonet, e de advogados de outros réus.

    Segundo relatos feitos à coluna, Cid não cumprimentou Braga Netto e evitou olhar diretamente para o general durante a acareação. O tenente-coronel fixou seu olhar nos ministros do STF que o questionavam sobre as versões conflitantes com o general.

    Em ao menos dois momentos da acareação, Braga Netto acusou Cid de estar mentindo perante os ministros do STF. O ex-ajudante de ordens foi chamado de mentiroso pelo general justamente ao manter versões sobre dois fatos negados por Braga Netto.

    Uma delas foi a de que Cid teria ido embora mais cedo de uma reunião no apartamento de Braga Netto, em novembro de 2022, no qual teria sido discutido um suposto plano para matar o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes. Segundo Cid, a partir dali seriam discutidas “medidas operacionais” do plano. Só que Braga Netto contradiz o ex-faz-tudo de Jair Bolsonaro. Garante que Cid ficou na reunião até o fim.

    A outra versão mantida por Cid é negada por Braga Netto foi a de que o general teria entregue ao tenente-coronel dinheiro em caixas de vinho. O recurso seria repassado a militares que integravam o grupo apelidado de “kids-pretos” que executariam o plano de assassinato de Lula, Alckmin e Moraes após as eleições. Braga Netto nega que tal fato tenha ocorrido.

    Cid, que em outros depoimentos disse não se lembrar exatamente onde o dinheiro havia sido entregue, agora cravou o local: a sala dos ajudantes de ordens no Palácio da Alvorada.

    A acareação entre Mauro Cid e Braga Netto durou cerca de duas horas e ocorreu em uma sala dentro do prédio do STF. Os dois militares estavam sentados cada um de um lado de uma mesa. Ambos usavam terno. Moraes proibiu o uso de celular pelos presentes.

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