• Estrutura remanescente de ponte que caiu no MA é implodida; veja vídeo

    A estrutura remanescente da ponte na BR-226 que caiu entre Tocantins e Maranhão foi implodida às 14h deste domingo (2). A implosão durou cerca de 15 segundos. A ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira ligava os municípios de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA).

    O Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) disse à Folha que os pilares estavam “muito instáveis” e as equipes colocaram os explosivos “nos pontos da estrutura onde era possível e seguro”. A operação foi considerada bem-sucedida.

    “Os próximos passos são retirar o restante da estrutura com o maquinário a frio”, acrescentou o Dnit.

    Parte da ponte desabou no dia 22 de dezembro de 2024, enquanto dez veículos passavam pelo local. Na ocasião, 18 pessoas caíram no rio, das quais 14 morreram e 3 seguem desaparecidas. Uma pessoa sobreviveu.

    Entre os veículos, estavam três caminhões que transportavam cerca de 25 mil litros de agrotóxicos e 76 toneladas de ácido sulfúrico. A Agência Nacional de Águas disse que a análise da qualidade da água indicou que não houve vazamento dos materiais.

    O desabamento aconteceu por volta de 14h50 e atingiu o vão central da estrutura, que tem 533 metros de extensão.

    A operação deste domingo foi realizada pelo Dnit em conjunto com a Polícia Rodoviária Federal, a Marinha do Brasil, a Defesa Civil, a Polícia Militar, o Corpo de Bombeiros e as prefeituras dos dois municípios afetados.

    A implosão foi feita por meio de fogo controlado, técnica que utiliza o calor intenso e explosivos estrategicamente posicionados para fragmentar formações rochosas. Foram utilizados mais de 200 kg de explosivos.

    Cerca de 250 pessoas que vivem em residências localizadas no perímetro da área de segurança da implosão tiveram que deixar temporariamente suas casas. Segundo o Dnit, a evacuação é uma medida preventiva.

    Durante a operação, também foi proibido o tráfego de veículos em todo o perímetro de segurança, inclusive no rio.

    Por volta das 15h30, a Defesa Civil informou que as pessoas já tinham voltado para suas residências. Acrescentou ainda que não houve relatos de danos nos imóveis.

    A partir de agora, as equipes do órgão e do consórcio contratado para a construção da nova ponte vão fazer a limpeza da área e do rio Tocantins.

    O Dnit calcula que os detritos possam somar cerca de seis mil metros cúbicos ou 14 mil toneladas de concreto e ferragem. “O material será removido do local e encaminhado para o destino ambientalmente correto”, afirmou a autarquia.

    A implosão da estrutura remanescente é uma etapa necessária para a reconstrução da ponte.

    Em dezembro, o governo federal contratou por R$ 172 milhões consórcio Penedo-Neópolis para reconstruir a estrutura. A escolha foi feita por meio de um contrato emergencial, sem licitação. A previsão é que a obra seja concluída até o fim deste ano.

    A Polícia Federal abriu investigação para apurar as responsabilidades pela queda da estrutura entre Tocantins e Maranhão. O Dnit também instaurou uma sindicância para apurar as responsabilidades sobre o desabamento.

    No dia 17 de janeiro, o ministro do Transportes, Renan Filho, afastou do cargo o então superintendente regional do Dnit no Tocantins, Renan Bezerra de Melo Pereira, durante as investigações sobre o desabamento da ponte.

    No mesmo dia, também foi publicada uma portaria determinando o afastamento de outros três servidores do órgão no Tocantins, incluindo o responsável pelo serviço de manutenção. Os afastamentos valem por até 60 dias, prorrogável por igual período.

    Reportagem da Folha mostrou que o Brasil tem 727 pontes federais sob responsabilidade do Dnit nas categorias crítica ou ruim, sendo 130 delas na pior condição possível.

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