Influentes ministros de tribunais superiores veem com bons olhos a possível nomeação de Flávio Dino para comandar o Ministério da Justiça no futuro governo Lula.
Recém-eleito senador, o ex-governador do Maranhão é o favorito para o cargo, de acordo com fontes próximas ao presidente eleito. Esse não é o único cargo para o qual Flávio Dino é especulado. Ele também é citado como possível ministro da Justiça de Lula.
Dino é o único político que o petista indicou em público que poderá integrar seu novo governo. “Ele será eleito senador, mas não será senador por muito tempo”, disse Lula em setembro.
Ministros ouvidos pela coluna elogiam não só o perfil de político conciliador, mas também o currículo dele.
Antes de se eleger deputado e governador, Flávio Dino foi juiz federal (período em que chegou a presidir a Ajufe, principal entidade de classe da carreira) e trabalhou como assessor no Supremo Tribunal Federal.
“É um nome dos sonhos”, definiu um ministro, sob reserva.
Em paralelo, há o entendimento entre os togados de que a tarimba de Dino na política e no Judiciário pode ajudar o futuro governo, a partir de uma posição crucial como a de ministro da Justiça, a lidar com o esperado “terceiro turno” das eleições nas ruas, nos tribunais e no Congresso.
No entorno do presidente eleito, a interpretação é de que ele não baterá o martelo sobre um nome para o STF tão cedo. Provavelmente pensará no assunto o máximo possível.
“Ninguém nunca falou comigo”
À coluna, Dino negou que já tenha havido qualquer tratativa para que ele assuma o cargo. “Lula ainda está fora e ninguém nunca falou no assunto comigo”, disse.
Caso vá mesmo para o Ministério da Justiça, o ex-governador terá entre suas atribuições ajudar na escolha dos indicados do futuro governo para vagas nos tribunais superiores, incluindo o STF.
Hoje no PSB, Flávio Dino era filiado ao PCdoB até recentemente. Se assumir um cargo no primeiro escalão do futuro governo, a cadeira no Senado que ele acabou de ganhar deverá ser ocupada por Ana Paula Lobato, 37 anos, enfermeira e empresária. A 2ª suplente é a vereadora de Coroatá –cidade maranhense a 230 quilômetros da capital–, Lourdinha (PC do B), 66 anos.
Ana Paula, também do PSB, é casada com o presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão, Othelino Neto, aliado político do ex-governador. Atualmente, ela é vice-prefeita do município de Pinheiro, e aí mora uma ironia: a cidade é terra-natal do ex-presidente José Sarney, que até tempos atrás era inimigo mortal de Dino (hoje os dois mantêm uma relação cordial).
Flávio Dino é irmão de Nicolao Dino, subprocurador-geral da República. Nicolao, 59 anos, é integrante do Ministério Público desde 1991 e foi vice-procurador-geral Eleitoral no biênio 2017-18 na gestão de Rodrigo Janot. Liderou a lista tríplice da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) para suceder Janot na PGR em 2017. A seleção foi submetida ao então presidente Michel Temer (MDB) que escolheu a 2ª colocada, Raquel Dodge.
(As informações são do Metrópoles e do Poder 360)
Respostas de 3
Mais um pra confirmar a desmoralização do STF.
Ora, se ele já largou uma vez a magistratura pela política, ele vai querer fazer o caminho de volta outra vez?
Que ele ajude a colocar o Ney Barros Filho no STF e garanta pro irmão Nicolau, ser o Procurador Geral da República no mandato de Lula.
Dino que ser presidente Jonhzinho.
Caso ocorra, Dino será para Lula aquilo que o Kassio Nunes é para Bolsonaro. De qualquer forma, seja com FD seja com outro ministro indicado, Lula se assegurá de que os 2 ministros, que terá direito a indicar para o STF, sejam fiéis a ele evitando assim qualquer ação que possa aborrecê-lo seja durante o mandato ou fora dele. A Lava Jato foi um divisor de águas que os políticos de Brasília nunca mais deixarão acontecer.