• Flávio Dino revela motivo de imagens do Palácio da Justiça em 8 de janeiro terem sido apagadas: ‘problema contratual’

    Segundo o ministro, o secretário-executivo, Ricardo Cappelli, está ‘há pelo menos uma semana’ tentando recuperar os arquivos

    O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, comentou nesta quarta-feira (30/8) sobre a falta das imagens de parte das câmeras do Ministério da Justiça, registradas durante os atos golpistas de 8 de janeiro.

    Dino, disse que o secretário-executivo da pasta, Ricardo Cappelli, está “há pelo menos uma semana” tentando recuperar as imagens captadas pelas câmeras de segurança em 8 de janeiro que foram apagadas. O ministro disse ainda que seria “absolutamente falso” que existam poucas imagens dos atos extremistas.

    Segundo o ministro da Justiça, Flávio Dino, o contrato de prestação de serviço com a empresa responsável pela segurança da pasta — que monitora as imagens —, não preve o armazenamento das filmagens por um longo período.

    Fontes na Polícia Federal revelaram nesta terça-feira (29) à Record TV que as imagens de câmeras de segurança que registravam as laterais, a parte de trás e o lado de dentro do ministério em 8 de janeiro foram apagadas.

    Segundo Dino, as imagens teriam sido apagadas por um “problema contratual” e a empresa responsável não é obrigada a manter as imagens depois de um tempo determinado. “Agora, essas imagens vão mudar a realidade dos fatos? Não, não vão. Não vão aparecer infiltrados e não vai aparecer a prova desse terraplanismo que eles inventaram”, disse o ministro.

    Como os vídeos foram solicitadas sete meses após o ocorrido e não foram recolhidos pela PF na época, elas acabaram expirando automaticamente.

    “Quando a CPMI disse que as imagens estavam incompletas, o secretário-executivo estava fazendo o que? Buscando essas imagens. Todas as fontes possíveis, celulares e outras câmeras possíveis para tentar ter mais imagens. Embora, frise, são absolutamente irrelevantes para as investigações. As imagens que aparecerem, eventualmente, serão enviadas, porque nós não temos nada para esconder. Nada, rigorosamente nada”, disse o ministro da Justiça, Flavio Dino.

    Segundo Dino, o mesmo problema aconteceu com algumas imagens capturadas pelo circuito do Senado. Em que imagens que não foram salvas a tempo expiraram.

    Manifestantes invadem Congresso, STF e Palácio do Planalto.

    Flávio Dino disse que a própria Polícia Federal foi até o MJSP e recolheu arquivos de vídeo no início da investigação, mas que ele não tem acesso a essas imagens.

    De acordo com fontes da Polícia Federal, o ministério informou que não há necessidade de armazenar essas imagens, já que não houve ataque ao interior do edifício. Apenas as imagens de duas câmeras do alto do Palácio da Justiça, viradas para a Esplanada, foram preservadas.

    As gravações — que foram solicitadas ao Supremo Tribunal Federal (STF) por membros da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro — tinham sido pedidas diretamente ao Ministério da Justiça. No entanto, na época, Dino disse que só poderia fornecer o material com a autorização do STF. O argumento foi que o compartilhamento, ainda que sigiloso, poderia comprometer o andamento das investigações em curso.

    Flávio Dino ainda comentou a atuação da Força Nacional no dia dos atos extremistas. “É mentira, a Força Nacional atuou. Agora, atuou nos termos da lei. Ela estava cumprindo o que foi pactuado no dia 7”, disse.

    “Amigos dos terroristas”
    Ao comentar o caso, Dino apontou que essas imagens não mudam o cenário da investigação sobre os atos golpistas. Ele também disse que a realidade de contratos com empresas de monitoramento que limitam o tempo de armazenamento dos dados se repete em outros órgãos, como no Senado.

    “Cappelli está há pelo menos uma semana, 10 dias, tentando de alguma forma recuperar o máximo possível de imagens. Agora, essas imagens vão mudar a realidade dos fatos? Não vão aparecer disco voador, não aparecer infiltrados, não vai aparecer esse terraplanismo. Esses que ficam falando de ‘omissão’ são amigos dos terroristas”, defendeu Flávio Dino.

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