O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou que o pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), está “desopilando” nos Estados Unidos e não tem data para ele voltar ao Brasil.
A família, segundo o senador, já voltou dos EUA. Sobre uma data de retorno de Bolsonaro, ele diz: “Pode ser amanhã, pode ser daqui a seis meses, pode não voltar nunca, não sei. Ele está desopilando. Você nunca tirou férias, não?”, afirmou Flávio em entrevista à imprensa.
Como mostrou a Folha nesta semana, prestes a completar um mês nos Estados Unidos, Bolsonaro pediu ao ex-lutador José Aldo, dono da casa na região de Orlando onde está hospedado, para estender a estadia por cerca de um mês, até depois do Carnaval, segundo um amigo do atleta.
A casa, um imóvel de oito quartos em um condomínio fechado nas imediações dos parques da Disney, está disponível para aluguel em uma plataforma online por valores a partir de US$ 519 a diária (cerca de R$ 2.600, sem contar impostos e taxas que podem fazer o valor quase dobrar), mas foi cedida pelo ex-lutador, que apoiou Bolsonaro na eleição de 2022.
Flávio disse não saber em que estágio estaria o processo de mudança de visto de Bolsonaro, mas afirmou ser natural que ex-presidente busque renovar o visto de permanência no país. “Está tentando, normal”.
“Ele tem que mudar a classificação do visto. Qualquer pessoa que é autoridade e deixou de ser tem que legalizar essa situação”, disse o senador.
Não se sabe, porém, se os problemas de saúde de Bolsonaro vão fazê-lo encurtar a viagem. Ele chegou a ser internado com obstrução intestinal no começo do mês e, na ocasião, disse que iria adiantar a volta ao Brasil. Nesta semana, seu médico disse à Folha que ele terá de fazer uma nova cirurgia ao voltar.
Flávio afirmou que o pai está tranquilo e não tem receio de que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) o torne inelegível.
“A preparação, os advogados estão olhando tecnicamente, e o retorno que tem é que não há nada juridicamente que implique o presidente Jair Bolsonaro. Agora, tribunais, Poder Judiciário, não é lugar de fazer julgamento político”, disse Flávio.
“O presidente está com muita tranquilidade, porque sabe que ainda que force muito uma barra, não tem como vincular Bolsonaro a nenhum ato criminoso.”
Flávio buscou eximir o pai de culpa pelos acontecimentos do dia 8 e alegou que a permanência dele nos Estados Unidos não tem relação com o receio de ele sofrer punições pelos ataques golpistas.
“Não tem temor nenhum. Ele não tem nenhuma responsabilidade sobre o que aconteceu no Brasil. Se ele estivesse sentado na cadeira de presidente poderia falar que ele facilitou alguma coisa, mas o presidente já não era Bolsonaro”, disse Flávio.
Para o senador, se quiserem responsabilizar o pai pelos ataques, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também deve ser “responsabilizado” porque era quem já estava na chefia do Executivo na data.
“Se estão tentando imputar ao Bolsonaro alguma responsabilidade sobre o acampamento, pacífico, de pessoas que estavam ali protestando legitimamente, dentro do seu direito constitucional, querendo responsabilizar o Bolsonaro por não ter desmobilizado isso, o Lula também tem que ser responsabilizado.”
“Porque durante uma semana ele foi presidente e não fez nada para tirar o pessoal de lá. Ou se fez, não foi efetivo. Não dá para querer usar medida para Bolsonaro e uma medida para Lula”, continuou Flávio.
Respostas de 2
Ô Flavio Dino enquanto a gravidade dos índios na Amazônia assusta o mundo, aqui no Maranhão, estão matando um índio por semana. Pelo visto a segurança desse povo, aqui, está em frangalhos.
O melhor presidente dos últimos anos volta ao seu país quando quiser não precisa de prazo. Volta de cabeça erguida com a certeza do dever cumprido.