Cobrados na reunião ministerial da terça-feira (26/8), ministros do Centrão procuraram Lula após o encontro para justificar por que não defenderam o governo durante o evento que oficializou a federação União Brasil-PP.
Lula recebeu os ministros do Turismo, Celso Sabino (União), e dos Esportes, André Fufuca (PP), para uma conversa reservada no Palácio do Planalto logo após cobrar fidelidade deles na reunião ministerial.
Na conversa, Sabino e Fufuca alegaram a Lula que não defenderam o governo durante o evento da federação porque o cerimonial não deu a palavra aos ministros. Apenas governadores e presidentes de partidos falaram.
Entre os governadores presentes e que discursaram no evento estava o de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), visto por Lula hoje como seu futuro adversário nas eleições de 2026.
Os ministros ainda deram razão ao presidente de cobrar de seus auxiliares a defesa pública do governo. A aliados, Sabino e Fufuca disseram que o presidente compreendeu a situação e até fez piada.
Lula acabou fazendo piadas e disse que quer mantê-los na Esplanada. Os dois, por sua vez, se comprometeram a divulgar ações positivas do governo. Lula solicitou dados do turismo no País para incluir em seus discursos e também tratou da criação da Universidade do Esporte.
Lula, segundo relatos, disse que não ia pedir para nenhum dos dois pedir demissão do governo agora e que, no cenário atual, os dois só precisariam deixar os cargos em abril, para disputar as eleições.
A cobrança de Lula aos ministros
Em seu discurso ao final da reunião, Lula cobrou fidelidade de ministros do Centrão cujos partidos criticam o governo publicamente.
O petista, segundo relatos, cobrou que os ministros defendam o governo em eventos políticos, como o que oficializou a federação União Brasil-PP, na semana passada.
Na cerimônia, diversos políticos fizeram discursos com duras críticas ao governo. Lula, porém, ficou sem defesa, apesar da presença de Sabino e Fufuca no evento.
Na reunião ministerial, segundo relatos, Lula afirmou que não dava para seus ministros estarem em uma reunião em que falam mal do governo e não defenderem a gestão da qual fazem parte.
Na reunião ministerial, Lula reclamou do presidente do União, Antonio de Rueda, e disse que gostaria de entender porque o dirigente partidário não gosta dele. O petista afirmou que também não gosta de Rueda, mas que esse fato não deveria interferir na relação entre o governo e a legenda.
O União e o PP formalizaram na semana passada a federação e devem apoiar um candidato da oposição ao Planalto em 2026, mas adiaram o possível desembarque do governo Lula. Além de Fufuca e Sabino, também há na Esplanada duas indicações do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP): Frederico Siqueira Filho (Comunicações) e Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional).