As investigações que miram Gusttavo Lima servem como combustível para a candidatura do cantor ao Senado. Como revelou a coluna, a estrela sertaneja foi convidada, no começo do mês, pelo governador de Goiás, Ronaldo Caiado, para disputar as eleições de 2026.
O incentivo extra ocorre após a juíza Andrea Calado da Cruz determinar a prisão de Gusttavo Lima nesta segunda-feira (23/9). Isso porque, uma vez no cargo de senador, o artista ganharia foro por prerrogativa de função.
Dessa forma, Gusttavo Lima escaparia das mãos da Justiça comum e só poderia ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo interlocutores do cantor no meio político, essa possibilidade já é analisada pelo sertanejo, que completou a idade mínima para disputar o Senado: 35 anos.
O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) revogou, na tarde desta terça-feira (24), o mandado de prisão preventiva de Gusttavo Lima e a apreensão do passaporte e do certificado de registro de arma de fogo do cantor. Ele é um dos alvos da Operação Integration, que apura suposto esquema de lavagem de dinheiro envolvendo casas de apostas online (as “bets”), assim como a influenciadora Deolane Bezerra, que recebeu habeas corpus e saiu da cadeia.
Os desdobramentos da investigação, bem como o julgamento decisivo, podem se arrastar por um longo período. De olho nesse cenário, aliados da estrela sertaneja argumentam que o foro privilegiado faria bem ao cantor.
Governador convida Gusttavo Lima
O convite para Gusttavo Lima entrar na política partiu de Ronaldo Caiado, que é amigo do cantor. A proposta foi feita no cruzeiro que celebrou o aniversário da estrela sertaneja, na Grécia.
O plano do governador é que sua esposa, Gracinha Caiado, faça dobradinha com o artista, uma vez que duas vagas ao Senado estarão em jogo, em 2026. Dessa forma, cada um pediria votos para si próprio e também para o aliado junto ao eleitorado de Goiás.
Ordem de prisão
A ordem de prisão contra Gusttavo Lima foi decretada pela juíza Andréa Calado da Cruz, da 12ª Vara Criminal do Recife. Além da prisão preventiva, a magistrada determinou a suspensão do passaporte e do certificado de registro de arma de fogo do cantor.
Para embasar a decisão, a magistrada fala em “conivência” do artista com foragidos e cita uma viagem que o cantor fez com o casal José André da Rocha Neto e Aislla Sabrina Truta Henriques Rocha, sócios da Vai de Bet, de Goiânia para a Grécia.
O casal era considerado foragido, mas uma decisão do desembargador Eduardo Guilliod Maranhão, relator do caso, na segunda-feira (23), acatou um pedido de habeas corpus feito pela defesa de Darwin Henrique da Silva Filho, dono da Esportes da Sorte, e estendeu a concessão da liberdade para outros 17 presos na operação.
Conforme o inquérito da Polícia Civil de Pernambuco, os suspeitos de integrar o esquema de lavagem de dinheiro e jogos ilegais compraram duas aeronaves da Balada Eventos e Produções LTDA, empresa que tem o cantor sertanejo Gusttavo Lima como proprietário. Os suspeitos também teriam viajado para fora do Brasil com uma terceira aeronave da Balada Eventos e Produções.
Ainda de acordo com as investigações, a empresa é investigada por, supostamente, dissimular a propriedade da aeronave Cessna Aircraft, modelo 560 XLS (matrícula PR-TEM), apreendida no dia 4 de setembro deste ano também em meio à Operação Integration.
O inquérito aponta também que as empresas de Gusttavo Lima receberam cerca de R$ 49,4 milhões da Esportes da Sorte e da Vai de Bet desde 2023.