• ‘Gusttavo Lima tenta ocupar lugar de Pablo Marçal’, diz CEO da Quaest

    O cantor sertanejo Gusttavo Lima tenta ocupar o lugar do ex-coach Pablo Marçal (PRTB) ao lançar sua candidatura à presidência da República. Essa é a avaliação do CEO da Quaest, o cientista político Felipe Nunes, para quem a empreitada de Lima evidencia o que chama de “era da política pop”. O conceito define uma época marcada pelo cruzamento dos campos da política e do entretenimento e a influência das redes sociais no debate público, como ocorreu na disputa pela prefeitura de São Paulo nas últimas eleições.

    Na última quinta-feira (2), Lima disse ao portal Metrópoles que pretende concorrer ao Palácio do Planalto e que irá procurar legendas para tratar do seu projeto político – no momento, ele não está filiado a nenhuma agremiação.

    Conforme informou o colunista Lauro Jardim, o movimento de Gusttavo Lima foi interpretado como uma traição pelo entorno de Bolsonaro. Isso porque o cantor não só anunciou o desejo de disputar o mesmo cargo cobiçado pelo ex-presidente, como por ter sinalizado anteriormente que apenas disputaria uma vaga ao Senado pelo estado de Goiás.

    “Como vivemos na era da política pop, um dos elementos fundamentais para uma campanha é ser conhecido e querido, e isso os influenciadores tendem a ter – fama e carinho do público. O melhor paralelo do Gusttavo Lima não é com o Datena, é com o Pablo Marçal. Ele está tentando ocupar um espaço do Pablo Marçal, de influenciador digital que tem fama, e que, no caso do Marçal, conseguiu chamar a atenção dos eleitores. O desafio do Gusttavo Lima é tentar ser o novo Pablo Marçal, ocupar no jogo nacional o lugar que o Marçal ocupou na eleição de São Paulo”, compara Nunes.

    “A popularidade e a influência digitais de nomes como o Marçal se mostraram fundamentais para projetar a sua candidatura no começo da campanha, mas ele não conseguiu sustentar e fazer essa popularidade ser suficiente para chegar ao segundo turno. Vamos ver se essa candidatura do Gusttavo Lima é séria, se vai mesmo ser levada adiante. Qualquer conclusão agora é precipitada.”

    Para Nunes, o grande desafio da era da “política pop” é como separar o que é apenas fama do que se trata propriamente de conteúdo propositivo para a disputa eleitoral.

    Marçal acabou em terceiro lugar na corrida pela prefeitura de São Paulo, ficando de fora do segundo turno das por uma diferença de apenas 56 mil votos em relação ao deputado federal Guilherme Boulos (PSOL). O ex-coach também é alvo de uma série de ações que investigam irregularidades na campanha eleitoral, como a remuneração de seguidores em redes sociais e a divulgação de um falso laudo médico contra Boulos. Os processos podem torná-lo inelegível por oito anos.

    Gusttavo Lima, por sua vez, foi indicado pela Polícia Civil de Pernambuco por lavagem de dinheiro e organização criminosa, em uma investigação de um esquema que envolve jogos ilegais e bets de apostas. Ele chegou a ter a prisão preventiva decretada pela juíza Andrea Calado da Cruz, da 12ª Vara Criminal do Recife (PE), a pedido da Polícia Civil estadual. A decisão, no entanto, acabou derrubada pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco.

    Apoio de Bolsonaro 

    Integrantes do PL e lideranças de direita avaliam que a candidatura à Presidência anunciada pelo cantor Gusttavo Lima só tem viabilidade com o apoio de Jair Bolsonaro. O artista, no entanto, tem minimizado o peso que o ex-presidente pode ter em sua eventual corrida ao Palácio do Planalto.

    Em conversas com políticos que são seus amigos, Gusttavo Lima disse que “seria bom ter” o suporte do capitão reformado, mas fez a avaliação de que conseguiria ser bem sucedido mesmo sem ele.

    Como informou a coluna, o ex-ministro de Bolsonaro e presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PP), que é amigo de Gusttavo Lima, o aconselhou a buscar o apoio do ex-presidente.

    — Gusttavo acha que seria bom ter Bolsonaro com ele, mas avalia que consegue ir sozinho — disse Nogueira à coluna.

    O ex-presidente foi surpreendido pelo anúncio de Gusttavo Lima, de que pretende concorrer ao Palácio do Planalto em 2026. A aliados, Bolsonaro disse que o cantor chegou a telefonar para ele, para comunicar a decisão, mas afirmou que o artista lhe disse que concorreria ao Senado.

    Gusttavo Lima também telefonou para outros amigos do meio político para contar que quer concorrer à Presidência, como o próprio senador Ciro Nogueira e o presidente do União Brasil, Antônio Rueda. (O Globo)

    Uma resposta

    1. Um País com baixíssima consciência política e raro senso de civilidade, tudo é possível. Roma teve um cavalo como senador, por que aqui não se pode ter presidente cantor? Além de Gustavo Lima, outros nomes podem tentar a Presidência da República, Caneta Azul, Neymar, Gabi Gol, Bello, Ivete Sangalo, Anita, Juliete, Ana Castela, Luciano Huck, Datena, Xuxa, e outros nomes famosos, afinal o Brasil é grande!

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