O ministro do governo Lula mais bem avaliado pelos parlamentares do Congresso Nacional é Fernando Haddad, da Fazenda. O dado foi captado pelo Painel do Poder, pesquisa feita pelo Congresso em Foco Análise com os principais líderes do Legislativo federal. Pelas respostas dos congressistas, o levantamento captou um cenário altamente polarizado no Congresso – mas, mesmo considerando-se o alto número de menções negativas, o comandante da economia segue com avaliação favorável e desponta como o nome mais bem-visto na gestão Lula 3 entre senadores e deputados.
Depois de Haddad, os ministros mais bem avaliados são Renan Filho, dos Transportes (15 menções positivas X 3 negativas); Wellington Dias, do Desenvolvimento Social (10 X 0); Camilo Santana, de Educação (11 X 2); Carlos Fávaro, da Agricultura (10 X 1); e Waldez Góes, do Desenvolvimento Regional (10 X 1). “São políticos ‘testados e aprovados’, de partidos e estados que têm importância nos setores nos quais estão atuando, o que faz com que eles tenham um peso”, explica Ricardo de João Braga.
Daniela Carneiro, ministra do Turismo na época da pesquisa, foi o nome mais mal avaliado, com 11 menções negativas. “A Daniela estava, sim, sob fogo de todo mundo que não fosse do seu estrito grupo”, explica Ricardo. “E a gente não pode esquecer do lado substantivo: não havia notícia de uma ação mais impactante do ministério”. Daniela foi substituída por Celso Sabino, com a expectativa de que o novo ministro agregue mais votos do União Brasil na Câmara em favor do governo.
Já o titular da Justiça, Flávio Dino, é um exemplo de nome polarizado: 16 menções positivas e 12 negativas. Para André Sathler, isso se relaciona com o destaque que ele vem recebendo desde o início do governo. “O Flávio Dino é icônico. Talvez ele seja o ministro que teve mais protagonismo com a imprensa, com o 8 de janeiro. Foi o mais convocado para a Câmara. Tem muito protagonismo em rede social também, é um ministro que aparece, põe a cara para bater. Chamou a atenção, bem no sentido de que os que gostam do governo gostam dele. E os que não gostam acham ruim”.
Para montar esta edição do Painel do Poder, o Congresso em Foco Análise entrevistou 63 parlamentares considerados influentes, seja por serem líderes de bancada, integrantes da Mesa Diretora, presidentes de comissões ou formadores de opinião em assuntos importantes.
Para compensar o cenário polarizado, que pode se traduzir em múltiplas menções positivas e negativas a um mesmo ministro, o Painel do Poder adota o saldo das menções (as positivas menos as negativas) como critério para determinar quem tem a melhor aprovação. Leia no quadro abaixo o saldo de cada ministro – ou clique aqui para conferir todas as menções positivas a cada um na pesquisa.
O Painel do Poder é a única pesquisa no Brasil a ouvir exclusivamente os líderes políticos mais influentes no Congresso Nacional para aferir as tendências predominantes na Câmara e no Senado quanto ao relacionamento com o governo federal e às políticas públicas.
Feita no formato de painel, o que permite aferir as mudanças de humor no Congresso, a pesquisa permite a tomadores de decisões antecipar cenários e fazer prognósticos. A cada três meses, ouvimos cerca de 70 congressistas que consideramos ter maior influência no Legislativo. O resultado é publicado, em parte, no nosso site. (Com informações do Congresso em Foco)