Um navio contratado pela Vale corre risco de naufrágio no litoral do Maranhão. A tripulação já foi evacuada e as autoridades trabalham para evitar impacto ambiental, já que a embarcação está carregada não só de minério, mas também de combustível.
O navio foi carregado no terminal marítimo da Ponta da Madeira, em São Luís, e seguia para a China, quando a tripulação detectou a entrada de água em compartimentos de carga, por volta das 21h30 de segunda (24), depois que o casco da embarcação tocou o fundo do mar.
Para reduzir o risco de naufrágio, o comandante encalhou a embarcação em um banco de areia a cerca de 100 quilômetros da costa. O Ibama (Instituto do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis) diz que embarcações e helicópteros foram enviados ao local.
Em nota, o órgão ambiental informou que, durante sobrevoo na região, não foi observada a presença de poluentes no mar.
O navio, chamado MV Stellar Banner, é da sul-coreana Polaris Shipping. A empresa disse que os os porões de carga estão intactos e a situação está sob controle.
Os 20 tripulantes deixaram a embarcação e, segundo a Marinha, estão em segurança em rebocadores na região do acidente.
Um rebocador com material para conter possíveis danos ambientais foi enviado pela Vale, disse o comando do 4º Distrito Naval.
O Stellar Banner foi construído em 2016 e tem capacidade de 300 mil toneladas de porte bruto (incluindo seu próprio peso).
Segundo o site Marine Traffic, deixou o porto de Itaqui na segunda (24) e chegaria ao porto e Qingdao no dia 5 de abril.
A Vale disse em nota que, enquanto operadora portuária, vem prestando suporte técnico-operacional e colaborando com as autoridades marítimas.
A Marinha diz que se reuniu com representantes da empresa Ardent Global, contratada pela Polaris, e solicitou a apresentação de um plano de salvatagem do navio.
Sediada em Seul, a Polaris é uma empresa especializada no transporte de minério de ferro, que tem em sua frota 36 navios. Deles, 27 deles são da mesma classe do Stellar Banner: VLOC (sigla para transportadores de minério de grande porte).
A empresa disse que o navio passará por inspeções completas e uma empresa de resgate foi contratada para a contingência. “Todas as autoridades foram acionadas de acordo com os procedimentos padrão e estão respondendo de acordo”, afirmou.
A reportagem tentou falar com o escritório brasileiro da empresa, mas ninguém atendeu o telefone. A Marinha instaurou inquérito administrativo para apurar as causas e responsabilidades do incidente. Folha de SP