• Lula diz que só subirá em palanques em campanha contra ‘adversários ideológicos’

    O presidente Lula afirmou nesta quinta-feira (20) que terá cuidado ao decidir em que palanques subir nas eleições municipais. O objetivo, disse ele, é evitar melindrar partidos aliados, gerando um “revés no Congresso”.

    “Embora eu pertença a um partido político, eu tenho uma base de apoio no Congresso que extrapola meu partido. Então eu tenho que levar em conta, nas cidades [em que] esses partidos que me apoiam estão disputando, quem são os adversários”, afirmou ele, em entrevista à rádio Verdinha, de Fortaleza (CE).

    “Naquele em que os adversários forem ideológicos, dos negacionistas, você pode ter certeza que eu vou fazer campanha. […] Vou fazer campanha para os candidatos que eu acho que vão melhorar a vida do povo. Mas com muito cuidado, porque também não posso ser pego de surpresa e ter um revés no Congresso Nacional de descontentamento.”

    A fala revela a preocupação do presidente com a base frágil no Congresso, que vem acumulando derrotas nas últimas semanas.

    Em São Paulo, o presidente decidiu se empenhar na pré-candidatura do deputado Guilherme Boulos (PSOL). O principal adversário é o prefeito Ricardo Nunes (MDB), que tem o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

    No Rio de Janeiro, ele deve apoiar a reeleição do prefeito Eduardo Paes (PSD), que tem como principal adversário o deputado Alexandre Ramagem (PL), ex-diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) na gestão Bolsonaro. O deputado Tarcísio Motta (PSOL), da base do governo, também é pré-candidato.

    Lula seguiu afirmando que fará campanha após às 18h:

    “Vou cumprir meu horário de trabalho em Brasília e vou ficar trabalhando até 18h, mas quando der 18h, que todo mundo tem direito de ir para casa, eu vou fazer campanha para os candidatos que eu acho que vão melhorar a vida do povo, mas com muito cuidado porque eu não posso ser pego de surpresa e depois ter um revés no Congresso Nacional de descontentamento”, disse o presidente.

    Lula voltou a dizer que pode concorrer à reeleição para evitar a vitória de “negacionistas”.

    “Não posso discutir minha candidatura agora. Se chegar na hora de decidir, eu perceber que os negacionistas que destruíram esse país, que passaram a ideia de que o que vai melhorar esse país é vender arma para o povo, é fazer escola cívico-militar, mentira na internet, mentira sobre religião, eu vou fazer um esforço incomensurável para não deixar um negacionista voltar a presidir o nosso país”, disse ele.

    Lula também disse que irá se reunir com o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski para discutir um plano de segurança pública para o país. O presidente foi questionado sobre o que governo tem feito para melhorar a segurança do Brasil, a pergunta ocorreu no contexto de uma chacina que matou sete pessoas em Viçosa do Ceará (CE) na madrugada desta quinta-feira.

    “O ministro Lewandowski está com uma proposta para apresentar para mim já faz 15 dias, eu vou ouvir a proposta dele, com a participação na mesa dos meus ministros que já foram governadores. Quero pegar essa experiência acumulada dos ministros que já foram governadores para que a gente possa chamar os governadores que estão exercendo o cargo hoje e fazer uma discussão”, declarou.

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