O presidente Luiz Inácio Lula da Silva definiu as indicações que fará para as vagas que estão abertas no Superior Tribunal de Justiça e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A procuradora de Justiça de Alagoas Marluce Caldas foi a escolhida para o STJ. No TSE, Lula definiu a recondução do ministro Floriano de Azevedo Marques e a escolha da advogada Estela Aranha, ex-secretária do Ministério da Justiça.
A vaga do STJ está aberta desde o ano passado. Lula recebeu em outubro do ano passado duas listas tríplices. Em maio, o presidente indicou o desembargador Carlos Brandão para uma das vagas. O segundo posto continuou em aberto.
Marluce Caldas já era considerada a favorita, um empecilho para sua escolha foi a costura política no estado. A procuradora é tia do prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, o JHC, do PL, mesmo partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, mas pode deixar a sigla para apoiar o petista em 2026.
As indicações para o STJ precisam ser confirmadas pelo Senado.
No TSE, foram definidas também duas listas tríplices, no fim de maio. A atual presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia, articulou para que uma das listas fosse composta apenas por mulheres.
Além de Estela Aranha, as outras mulheres eram Vera Lúcia, atual ministra substituta da corte eleitoral, e da desembargadora Cristina Maria Neves, do Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal (TRE-DF).
Na outra, ficaram dois dos atuais ministros da classe de juristas, Floriano de Azevedo Marques e André Ramos Tavares, cujos mandatos terminaram, além do ex-advogado-geral da União José Levi do Amaral.
Como o GLOBO mostrou, a lista tríplice feminina provocou uma intensa disputa de bastidores dentro do governo.
Estela Aranha conseguiu reunir mais apoios, como o de Edinho Silva, eleito nesta semana para assumir a presidência do PT, além da simpatia da ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann.
No Supremo Tribunal Federal (STF), Estela também foi considerada a favorita da ministra Cármen Lúcia. A atual presidente do TSE, contudo, evitou tomar lado e afirmadou nos bastidores que avaliava bem também as duas outras candidatas. Outro a apoiar a ex-secretária de Direito Digitais na Corte é o ministro Flávio Dino, com quem atuou no Executivo.
Já Vera Lúcia contou com o apoio nos bastidores do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, e do Prerrogativas, grupo de advogados simpáticos a Lula, que ganhou projeção com críticas à Operação Lava-Jato. Como Estela também fez parte do grupo, o Prerrogativas evitou, porém, assumir uma posição pública em favor da ministra substituta do TSE.
Uma resposta
🧠🇧🇷 Em Brasília, até o previsível consegue surpreender pela ousadia da repetição. No Brasil, renovação institucional é tipo carro usado: pode ter cara nova, mas o motor já conhece todos os atalhos. 😏