• Lula indica que Pedro Lucas deve substituir Juscelino em ministério: ‘União Brasil tem o direito de indicar o sucessor’

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, nesta quarta-feira (9/4), que irá se encontrar com o presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) e outro dirigente do União para decidir quem do partido irá substituir Juscelino Filho no Ministério das Comunicações. O nome mais cotado para substituir Juscelino Filho é o do deputado federal Pedro Lucas Fernandes (União-MA), líder do partido na Câmara dos Deputados.

    “O União Brasil tem o direito de me indicar um sucessor para o Juscelino, que é do União Brasil. Eu já tenho um nome, eu conheço o Pedro Lucas, amanhã de manhã eu vou conversar com o União Brasil e, se for o caso a gente discute a nomeação dele”, disse o presidente a jornalistas em Tegucigalpa, capital de Honduras, para participar da cúpula da Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos).

    Juscelino deixou a Esplanada dos Ministérios depois de ter sido denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por suposto desvio de emendas.

    A indicação do deputado Pedro Lucas foi apresentada para o presidente Lula, que irá decidir se chancela ou não a escolha do político maranhense para o cargo.

    “Da mesma forma que o União Brasil tem o direito de me indicar um sucessor para o Juscelino, que é do União Brasil. Eu já tenho o nome, eu conheço o Pedro Lucas. Eu vou voltar para o Brasil, e amanhã de manhã eu vou conversar com o União Brasil. Se for o caso eu já discuto a nomeação dele”, disse Lula em Tegucigalpa, Honduras, nesta quarta-feira (9/4).

    O presidente viajou para a capital hondurenha, na noite de terça-feira (8/9), para participar da 9ª Cúpula de Chefes de Estado da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac). Durante o trajeto, Juscelino Filho anunciava a saída dele do Ministério das Comunicações.

    “Eu, amanhã [10/4], quando chegar — vou chegar em casa, acho que 3 ou 4 horas da manhã — e depois eu vou convocar o presidente do Senado, Alcolumbre, e algum dirigente do União Brasil para conversar. Isso é uma coisa tranquila. Isso não está dentro do processo de mudança no governo que eu vou fazendo no tempo que eu tiver interesse de fazer”, disse o presidente.

    A reunião entre Lula, Davi Alcolumbre e mais um integrante do União Brasil ainda não tem hora para ocorrer. A expectativa é de que o presidente da sigla, Antonio Rueda, participe do encontro.

    Segundo Lula, a saída de Juscelino “não precipita” uma reforma ministerial mais ampla. “Qualquer decisão do governo é uma decisão unilateral do presidente da República. A não ser que um partido, que tenha um ministro queira tirar um ministro.”

    Na noite de terça, Juscelino anunciou a saída do Ministério das Comunicações para focar na defesa do processo contra ele, que agora está no Supremo Tribunal Federal (STF). “A decisão de sair agora também é um gesto de respeito ao governo e ao povo brasileiro. Preciso me dedicar à minha defesa, com serenidade e firmeza, porque sei que a verdade há de prevalecer”, anunciou o ex-ministro por meio de nota.

    Questionado sobre a reforma ministerial, ensaiada desde o começo do ano, Lula defendeu que as mudanças no primeiro escalão serão feitas no tempo dele, mas, caso algum partido queira indicar uma mudança nos nomes que hoje compõem a Esplanada, eles têm esse direito.

    “Isso não está dentro do processo de mudança no governo que eu vou fazendo no tempo que eu tiver interesse de fazer, não tenho data, não tenho prazo. Vou fazendo na hora que eu achar que tem que mudar as coisas, é assim. Não precipita (a reforma ministerial). Qualquer mudança no governo é uma decisão unilateral do presidente, a não ser que um partido que tenha um ministro e queira tirar um ministro. E tem direito de dizer que não quer mais o ministro e eu tenho direito de indicar outro desse mesmo partido. As coisas vão ser feitas com muita tranquilidade porque estamos vivendo bom momento na política, na economia, temos coisas importantes para serem votadas”, explicou Lula.

    Sobre a saída de Juscelino Filho após ser denunciado pela PGR, Lula disse que essa é uma prática aplicada a outros ministros desde seu primeiro mandato. Presidente disse que todos têm direito de se defender, provar sua inocência e que é uma “política saudável” o afastamento do auxiliar do governo:

    — Toda vez que ministro é denunciado pela pelo procurador-geral, é uma política saudável que ele se afaste do governo para poder provar sua inocência e não comprometer o dia a dia do governo, que é de muito trabalho, muita coisa prática. E nosso ministro Juscelino é deputado federal, ele simplesmente acredita que vai provar a inocência dele e é tudo isso que eu quero — disse o presidente.

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