Jair Bolsonaro nunca admitiu ter se vacinado contra a Covid-19. Porém, em seu cartão de vacinação consta uma dose do imunizante Janssen registrada na UBS Parque Peruche, zona norte de São Paulo, em 19 de julho de 2022, segundo afirmou Vinícius Carvalho, ministro da CGU. A controladoria investiga, desde o governo passado, se o cartão vacinal do ex-presidente foi adulterado. Mas onde o ex-presidente estava naquele dia?
Bolsonaro desembarcou em Brasília em 18 de julho, um dia antes da data registrada no cartão, após receber alta de um hospital em São Paulo, onde tratou uma obstrução intestinal. Quando esteve internado, foi aconselhado a se vacinar, mas se recusava seguir as orientações dos aliados.
Aliás, naquele dia, Bolsonaro voltara a falar em remédios sem comprovação científica para o tratamento da Covid e a repetir que a vacinação não deveria ser obrigatória, debate que já estava superado no país — menos para ele, claro.
À época, Bolsonaro também travava um embate com a CPI da Covid no Senado. Naquele 19 de julho, de manhã, do cercadinho, Bolsonaro mirava a artilharia a Omar Aziz, então presidente da CPI chamando-o de “anta amazônica”.
Ele também prometia vetar o fundo eleitoral de R$ 5,7 bilhões para partidos. De fato, o então presidente vetou a proposta, mas seu veto foi derrubado por 317 votos a 143 na Câmara e por 53 votos a 21 no Senado. Ou seja, por parte de sua base aliada.
E sugeria que poderia não participar das eleições e que, se perdesse, “entregaria a faixa a qualquer um”.
– Eu entrego a faixa para qualquer um, se eu disputar a eleição, né? Se eu disputar, eu entrego a faixa para qualquer um. Uma eleição limpa.
Porém, como sabemos, Bolsonaro não o fez. Viajou aos EUA para não passar a faixa a Lula. (O Globo)