A candidata do MDB à Presidência da República, Simone Tebet, admitiu nesta sexta-feira, 26, em sabatina no Jornal Nacional, da TV Globo, que seu partido fez parte de escândalos de corrupção como o petrolão, durante o governo do PT, e disse que precisou vencer uma “maratona” para se manter como um dos nomes da chamada terceira via na disputa ao Palácio do Planalto.
Na entrevista, a senadora afirmou que uma ala da sigla tentou “puxar o seu tapete” na disputa ao Planalto, mas ressaltou que o MDB é “maior do que seis caciques”. “Tentaram levar o partido para (ex-presidente) Lula, judicializaram minha candidatura e foi rejeitada ação”, afirmou. “O MDB é um partido ético. Essa meia dúzia que esteve envolvida no petrolão do PT não está conosco”.
A senadora fez referência aos casos na Lava-Jato que envolveria acusações de recebimento de R$ 864,5 milhões em propinas por políticos do MDB no esquema de corrupção da Petrobras. Os valores seriam contrapartida a apoio político aos governos de Lula. Na ocasião, foram acusados os senadores Renan Calheiros (AL) e Jader Barbalho (PA) e os ex-senadores Edison Lobão (MA), Romero Jucá (RR), Valdir Raupp (RO), José Sarney (AP), além do ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado. Os emedebistas sempre negaram as irregularidades.
Entre os caciques que tentaram levar o apoio do MDB a Lula, está o ex-senador Lobão e a ex-governadora Roseana Sarney.
Simone entrou na corrida presidencial como a candidata da chamada terceira via, após desistências de nomes como o do ex-juiz Sérgio Moro (União Brasil) e do ex-governador João Doria (PSDB). Além disso, a senadora enfrentou resistência de seu próprio partido – uma ala do MDB defendia apoio a Lula já no primeiro turno das eleições. Ela afirmou que a “polarização” entre Lula e o presidente Jair Bolsonaro “cooptou” alguns companheiros do partido.