Os prefeitos brasileiros que estavam em Israel foram transferidos nesta segunda-feira, 16, para a Jordânia. A informação é da Confederação Nacional de Municípios (CNM). Segundo a entidade, a comitiva de representantes municipais está em deslocamento para um local onde embarcarão em um voo de retorno ao Brasil.
De acordo com o tesoureiro da confederação, Nélio Aguiar, integrante do grupo, a comitiva ultrapassou por ônibus a fronteira. Por questões de segurança, detalhes sobre o horário e o trajeto da comitiva não haviam sido divulgados previamente.
Doze brasileiros do grupo de políticos que estava retido em Israel já estão na Jordânia, um país vizinho, onde começará a operação para trazê-los de volta ao Brasil.
Autoridades estão em segurança a caminho de Amã, capital da Jordânia. De lá, o grupo seguirá, via terrestre, até Riad, capital da Arábia Saudita, de onde retornará para o Brasil em voo particular. O acordo foi feito pelas embaixadas de Amã e Riad.
O Ministério das Relações Exteriores afirmou hoje que os políticos brasileiros que viajaram a Israel ignoraram alerta do Itamaraty para evitar viagens ao Oriente Médio por causa de conflitos armados.
Itamaraty afirmou que grupo viajou “a despeito” de orientação dada pela Embaixada do Brasil em Tel Aviv. Em nota, o ministério informou que mantém alerta desde outubro de 2023, que “desaconselha toda viagem não essencial àquele país”. A recomendação, desde então, diz o comunicado, é para que os brasileiros que já estavam em Israel “considerassem deixar o país”. Ainda segundo a nota, 1.413 brasileiros foram retirados do país em aeronaves da FAB (Força Aérea Brasileira) desde outubro de 2023.
Grupo de doze gestores brasileiros deixou Israel de ônibus e chegou na Jordânia na manhã de hoje.. Após ficarem presas em solo israelense após o início do conflito com o Irã, as autoridades estão em segurança e seguem a caminho de Amã, capital do país. O UOL apurou com fontes do Itamaraty que, de lá, o grupo irá, via terrestre, até Riad, capital da Arábia Saudita, de onde retornará ao Brasil em voo particular. O acordo foi feito pelas embaixadas de Amã e Riad.
Formado por 12 integrantes, o grupo (que inclui prefeitos, secretários e vereadores) está se deslocando por terra, numa viagem de 4h, até a cidade de Tabuk, no noroeste do território saudita. No local, há o Aeroporto Príncipe Sultão bin Abdulaziz. É de lá que vão partir os voos de volta para o Brasil. O plano da comitiva é deixar o Oriente Médito em dois voos. Um deles, com nove integrantes, será um avião particular, viabilizado pelo prefeito de Belo Horizonte, Álvaro Damião (União), que estava em Israel. O segundo itinerário, no qual vão retornar três integrantes do grupo, inclui uma escala em Doha, no Catar, e, por fim, chegada em São Paulo na manhã de quarta-feira.
A saída foi negociada pelo chanceler brasileiro Mauro Vieira. Ele conversou, no fim de semana, com o ministro das Relações Exteriores saudita para viabilizar a operação, apurou a reportagem. O governo brasileiro informou, em nota, que a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, manteve contato por telefone desde o último sábado com o coordenador da delegação brasileira, o prefeito de Belo Horizonte, Álvaro Damião (União), e o informou sobre as tratativas do país com as autoridades de Israel e da Jordânia para garantir o retorno seguro da comitiva.
Dos 18 integrantes da comitiva municipal, 12 optaram por retornar por conta própria em voo particular. De acordo com a comissão de Relações Exteriores do Senado, a operação foi organizada pelo prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP), e será realizada de forma independente.
Outras seis pessoas permanecem em Israel, entre elas a Secretaria Municipal de Inovação, Sustentabilidade e Projetos Especiais de São Luís, Verônica Pires Lopes. Elas se somam ao grupo do Consórcio Brasil Central, que reúne 22 autoridades estaduais, incluindo o governador de Rondônia, Marcos Rocha (União). Fontes do Itamaraty apontam que a saída deste grupo está sendo negociada e a maior possibilidade é que eles sejam retirados em um voo da FAB (Força Aérea Brasileira) pela Jordânia, que tem sido o país mais aberto à ajuda.
O Itamaraty trabalha com autoridades israelenses para viabilizar a retirada desse grupo nos próximos dias. Entre as alternativas analisadas pelo governo brasileiro para o retorno de quem continua no país também está o uso de voos comerciais, com apoio logístico e financeiro do governo de Israel.
Ao menos 42 políticos e assessores estavam no país quando ataques ao Irã se intensificaram. Além dos prefeitos de Belo Horizonte e João pessoa, o grupo inclui o governador de Rondônia, Marcos Rocha (União).
Intenção do grupo parlamentar é fazer uma operação de resgate de todas as autoridades e turistas brasileiros em Israel. O senador Carlos Viana (Podemos-MG), presidente do grupo parlamentar Brasil-Israel, disse que já solicitou à administração de Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, a relação dessas pessoas para organizar a retirada, em conjunto com o Ministério das Relações Exteriores.
Próximas saídas podem acontecer via Jordânia ou Egito. O destino das caravanas vai depender do andamento da guerra —na última sexta (13), Israel lançou uma ofensiva contra Teerã, que retaliou e disse que “abrirá as portas do inferno”. Até ontem, 14 pessoas haviam morrido em Israel, e 224 no Irã.
Governo de Israel está colaborando, disse senador. “As decisões dependem de como ficará a guerra. Se os ataques diminuírem, teremos mais tempo para trabalhar, mas se houver uma escalada, naturalmente, pode dificultar. O governo israelense está colaborando, e muito, para que os brasileiros possam se deslocar o mais rapidamente possível e retornar ao nosso país”, falou.
FAB disse que está de prontidão para resgatar autoridades, mas que depende de autorização do Ministério de Relações Exteriores. Nesta manhã, o Itamaraty disse ao UOL não ter atualizações sobre o assunto até o momento.
Em 8 de junho, uma comitiva de prefeitos, vices e secretários municipais viajou a Israel, a convite do país, para um evento de inovação em segurança pública. Durante a viagem, na noite de quinta-feira, 12, teve início um conflito por mísseis entre Israel e Irã. Desde então, os gestores brasileiros foram obrigados a permanecer em bunkers.
Entre os representantes de cidades brasileiras, estão Álvaro Damião (União), prefeito de Belo Horizonte (MG); Cícero Lucena (PP), prefeito de João Pessoa (PB); Claudia Lira (Avante), vice-prefeita de Goiânia (GO); Johnny Maycon (PL), prefeito de Nova Friburgo (RJ); Nélio Aguiar, ex-prefeito de Santarém (PA) e tesoureiro da CNM; Welberth Rezende (Cidadania), prefeito de Macaé (RJ); e Vanderlei Pelizer (PL), vice-prefeito de Uberlândia (MG).
Veja lista de políticos brasileiros que deixaram Israel e estão na Jordânia
Álvaro Damião (União) – prefeito de Belo Horizonte
Cícero de Lucena (PP) – prefeito de João Pessoa
Welberth Porto (Cidadania) – prefeito de Macaé (RJ)
Johnny Maycon (PL) – prefeito de Nova Friburgo (RJ)
Claudia da Silva (Avante) – vice-prefeita de Goiânia
Janete Aparecida (Avante) – vice-prefeita de Divinópolis (MG)
Flávio Guimarães (PSD) – vereador do Rio de Janeiro
Márcio Lobato – secretário municipal de Segurança Pública de Belo Horizonte
Gilson Chagas – secretário de Segurança Pública de Niterói (RJ)
Francisco Vagner – secretário de Planejamento de Natal (RN)
Davi de Matos – chefe executivo do Civitas (Centro de Inteligência, Vigilância e Tecnologia de Segurança Pública do Rio de Janeiro)
Francisco Nélio – tesoureiro da CNM (Confederação Nacional de Municípios)