O futuro ministro da Justiça, Flávio Dino, publicou em suas redes sociais, neste domingo (25), que os procedimentos sobre a posse de Lula serão revistos após a ameaça de atentado a bomba ocorrida neste sábado (24) em Brasília.
De acordo com a publicação de Dino no Twitter, “a posse do presidente Lula ocorrerá em paz”. “Todos os procedimentos serão reavaliados, visando ao fortalecimento da segurança. E o combate aos terroristas e arruaceiros será intensificado. A democracia venceu e vencerá”, (veja abaixo).
Atos de terrorismo em Brasília
Neste sábado, a Polícia Militar do Distrito Federal detonou um suposto artefato explosivo encontrado nos arredores do Aeroporto Internacional de Brasília. O bolsonarista George Washington de Oliveira Sousa, de 54 anos, foi autuado em flagrante por terrorismo, após confessar ter montado o artefato explosivo que foi instalado em um caminhão de combustível.
Em depoimento aos policiais, o homem disse que o ato foi planejado por integrantes de atos em favor do presidente Jair Bolsonaro (PL), que ocorrem no quartel-general do Exército, em Brasília. Afirmou ainda que o a instalação da bomba tinha o objetivo de “dar início ao caos” e que pretendia alcançar a decretação de estado de sítio no país – quando há restrição de direitos e à atuação de Legislativo e Judiciário.
Na manhã deste domingo, a Justiça do Distrito Federal converteu em preventiva a prisão em flagrante do empresário, após audiência de custódia. Com a decisão, ele ficará preso por tempo indeterminado.
Segundo a Lei Antiterrorismo, é enquadrado como terrorismo “usar ou ameaçar usar, transportar, guardar, portar ou trazer consigo explosivos, gases tóxicos, venenos, conteúdos biológicos, químicos, nucleares ou outros meios capazes de causar danos ou promover destruição em massa”. A pena para o crime varia de 12 a 30 anos de reclusão.
‘Incubadoras de terroristas’
O futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, disse neste domingo, 25, que acampamentos bolsonaristas viraram “incubadoras de terroristas”. Na noite deste sábado, 24, a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) prendeu um empresário identificado como George Washington de Oliveira Sousa, suspeito de plantar uma bomba na estrada que leva ao aeroporto de Brasília. Ele participava das manifestações a favor do presidente Jair Bolsonaro (PL) e foram encontrados com ele duas espingardas, um fuzil, dois revólveres, três pistolas, centenas de munições, uniformes camuflados e outras cinco emulsões explosivas.
“Os graves acontecimentos de ontem em Brasília comprovam que os tais acampamentos ‘patriotas’ viraram incubadoras de terroristas. Medidas estão sendo tomadas e serão ampliadas, com a velocidade possível”, disse Dino no Twitter. “O armamentismo gera outras degenerações. Superá-lo é uma prioridade”.
Dino afirmou ainda que irá propor que o Procurador-Geral da República e o Conselho Nacional do Ministério Público “constituam grupos especiais para combate ao terrorismo e ao armamentismo irresponsável”. “O Estado de Direito não é compatível com essas milícias políticas”, declarou.
O senador eleito pelo Maranhão cumprimentou a PCDF pela prisão do empresário, mas afirmou que é necessário agir contra o que vê como crimes políticos. “Reitero o reconhecimento à Polícia Civil do DF, que agiu com eficiência. Mas, ao mesmo tempo, lembro que há autoridades federais constituídas que também devem agir, à vista de crimes políticos”, escreveu.
Dino afirmou que o futuro diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, acompanha o caso. “As investigações sobre o inaceitável terrorismo prosseguem”, afirmou Dino. “Não há pacto político possível e nem haverá anistia para terroristas, seus apoiadores e financiadores”, concluiu.