• Prefeito do MA que matou PM em vaquejada reassume o cargo

    A Câmara Municipal de Igarapé Grande, a 290 km de São Luís, autorizou a volta de João Vitor Xavier (PDT) ao cargo de prefeito, mesmo sendo réu por homicídio qualificado ao assassinar o policial militar Geidson Thiago da Silva, no município de Trizidela do Vale, em julho deste ano.

    Após ter sido preso, no dia 15 de julho, quando se entregou à polícia, o Tribunal de Justiça do Maranhão (TJ-MA) concedeu um habeas corpus e determinou o monitoramento por tornozeleira eletrônica. Atualmente, ele responde pelo crime em liberdade. A audiência de instrução e julgamento do caso está marcado para o dia 02 de março de 2026.

    Afastamento remunerado

    João Vitor reassume a Prefeitura, após ter se afastado do cargo alegando uma licença médica de 125 dias. Durante esse período, ele continuou recebendo mensalmente o salário como prefeito, de R$ 13.256,08 (líquido), após a Câmara Municipal ter aceitado o pedido, no dia 9 de julho.

    Enquanto estava afastado, o Município era comandado pela vice-prefeita Maria Etelvina.

    As investigações

    Após as investigações, a Polícia Civil do Maranhão (PC-MA) indiciou o prefeito de Igarapé Grande (MA) pela morte do PM Geidson Thiago da Silva. O inquérito concluiu que João Vitor Xavier (PDT), disparou todos os tiros pelas costas da vítima.

    Com a conclusão do inquérito policial, o prefeito foi indiciado por homicídio e se entregou na sede da Polícia Civil, em São Luís, um dia após a Justiça aceitar o pedido de busca e apreensão e prisão preventiva realizado pela Delegacia de Pedreiras, que investiga o caso.

    No dia 14 de julho, o prefeito havia sido procurado na prefeitura e na casa onde mora em Igarapé Grande, mas não tinha sido encontrado.

    Entenda o caso

    De acordo com as investigações, João Vitor Xavier atirou contra o PM Geidson Thiago da Silva durante uma confusão em uma vaquejada em Trizidela do Vale (MA). A discussão teria sido causada pelo fato de o policial ter pedido para o prefeito reduzir a luz dos faróis do carro, porque a luz forte estaria incomodando as pessoas no local.

    Testemunhas apontaram que houve uma confusão entre o prefeito e o PM, e João Vitor Xavier teria sacado uma arma e efetuado disparos contra o policial, que estava de folga.

    O PM ainda chegou a ser socorrido e levado a um hospital em Pedreiras, mas devido à gravidade dos ferimentos, foi transferido para uma unidade com mais estrutura. No entanto, ele não resistiu e morreu durante o atendimento. O policial era lotado no 19º Batalhão de Polícia Militar. Ele foi sepultado no dia 8 de julho.

    A defesa do prefeito alega que João agiu em legítima defesa, pois o policial militar teria sacado uma arma durante a discussão. No entanto, a investigação da Polícia Civil concluiu que a vítima foi morta pelas costas.

    No depoimento prestado à Polícia Civil, João afirmou que jogou a arma no local do crime, mas o armamento não foi encontrado. Imagens de uma câmera de segurança, registradas no dia do crime, também não mostram o prefeito descartando a arma em nenhum ponto da cena.

    Em relação à posse da arma, João afirmou que o revólver calibre .38, utilizado no crime, havia sido adquirido há dois anos, como um presente de um eleitor. O prefeito também declarou que a arma não possuía registro nem autorização para posse.

    Uma das imagens coletadas pela polícia mostra um homem, que seria o prefeito João Vitor, se dirigindo até um carro preto, de onde parece pegar um objeto. Em seguida, ele caminha em direção a um grupo de pessoas, onde há uma aglomeração e, por fim, corre de volta ao veículo e vai embora.

    De acordo com o delegado de Pedreiras, Diego Maciel, as imagens foram registradas no local da vaquejada onde estavam o policial militar e o prefeito. (G1MA)

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