Em comitiva, os deputados federais Bira do Pindaré (PSB/MA), Jandira Feghali (PCdoB/RJ), Helder Salomão (PT/ES), Nilto Tatto (PT/SP), Airton Faleiro (PT/PA), e Camilo Capiberibe (PSB/AP), ambarcaram em missão oficial para o Vaticano, onde participaram de uma reunião com bispos, no Sínodo para a Amazônia, e entregaram um relatório sobre a violação de direitos humanos na Amazônia Legal. O documento é fruto de um trabalho extenso de debates, visitas a locais de conflitos e pesquisa de dados, elaborado por deputados federais e pela Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados (CDHM).
O deputado Helder Salomão, presidente da Comissão, falou sobre o desmonte das políticas públicas voltadas para a proteção dos povos tradicionais e do meio ambiente. “Refletimos na Tenda Casa Comum, sobre ameaças contra a floresta, a biodiversidade e os moradores da região, entre eles membros de comunidades tradicionais, todos vitimas da irresponsabilidade e negligência do governo brasileiro”, pontuou.
Bira do Pindaré, presidente da Frente Parlamentar em Defesa dos Quilombolas, destacou a questão fundiária e afirmou que qualquer perspectiva de proteção social, ambiental e cultural da Amazônia passa por ela. “Viemos em missão oficial e trouxemos a nossa colaboração sobre os direitos fundamentais das pessoas na região da Amazônia Legal Brasileira. Fomos recebidos por uma comitiva de bispos que ouviu todos os relatos que apresentamos”, contou.
“Isso vai servir de subsidio para o documento final do Sínodo que cumpre um papel fundamental do sentimento de pertencimento e, sobretudo, da criação de Deus. A Amazônia brasileira como símbolo da Casa Comum que é o planeta terra e todos os bens deixados pela criação de Deus. Um momento ímpar”, acrescentou.
A deputada Jandira falou da expectativa de que o Sínodo seja um ponto de partida para uma proposta de ação conjunta. “É preciso resistir, mas se não tiver proposta de avanço, a gente não resiste, precisamos avançar juntos” sublinhou.
Além dos deputados Helder Salomão; Bira do Pindaré, coordenador da Frente Parlamentar Mista em Defesa das Comunidades Quilombolas; e Jandira Feghali, líder da Minoria na Câmara; assinaram o relatório os deputados Nilto Tatto, coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista; Patrus Ananias (PT/MG), coordenador da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Soberania Nacional; Alessandro Molon (PSB/RJ), líder da Oposição; Padre João (PT/MG), coordenador da Frente Parlamentar de Segurança Alimentar e Nutricional; Joenia Wapichana (Rede/RR), coordenadora da Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Direitos dos Povos Indígenas; Airton Faleiro, coordenador do Fórum Permanente da Amazônia; Rosa Neide (PT-MT), coordenadora da Frente Parlamentar em Defesa da Escola Pública e dos Profissionais da Educação; José Ricardo (PT-AM) e Edmilson Rodrigues (PSOL-PA).
Sínodo
Convocado desde outubro de 2017 pelo Papa Francisco, o Sínodo trouxe o tema ‘Amazônia: novos caminhos para a Igreja e por uma ecologia integral’ e reuniu bispos de nove países que fazem parte da floresta; quais sejam: Brasil, Peru, Colômbia, Bolívia, Venezuela, Guiana, Guiana Francesa e Suriname.
De junho do ano passado até abril deste, ocorreram nos nove países atividades para levantamento de demandas dos povos amazônicos como indígenas, ribeirinhos, quilombolas, mulheres e jovens. As discussões aconteceram em torno da presença da igreja com a entrega das demandas. No total, ocorreram 57 assembleias, 21 fóruns nacionais, 17 fóruns temáticos e 179 rodas de conversa. Só no Brasil foram 182 atividades.