O ex-governador do Rio de Janeiro, Antony Garotinho, disse que o ex-presidente José Sarney sugeriu ao presidente Lula indicar o ex-governador Flávio Dino para o Supremo Tribunal Federal(STF) com o intuito de tirá-lo da política.
“Sarney só foi desbancado no Maranhão quando Flávio Dino chegou ao poder. Sarney vai no ouvido do Lula e diz bota o Flávio Dino(no STF), retira o Flávio Dino do Maranhão”, disse Garotinho num podcast comentando a eleição da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) na qual um dos filhos de Sarney, Fernando Sarney, foi eleito vice-presidente.
Ainda de acordo com o ex-governador, o presidente eleito da CBF, Samir Xaud, é o “testa de ferro” de Fernando Sarney –interventor que substituiu Ednaldo Rodrigues–, Flávio Zveiter e Romero Jucá. Para Garotinho, o trio é “quem vai mandar na CBF”.
“Quem vai mandar na CBF, é uma trinca: Fernando Sarney, Flávio Zveiter e a família Jucá. O Xaud é só o testa de ferro daquilo ali”, declarou.
Garotinho falava sobre as eleições na confederação quando questionou a credibilidade de Samir Xaud para concorrer. “Todo mundo se perguntava: ‘Como é que apareceu um cara de Roraima, que não tem nem time na 2ª divisão, nem na 3ª eu acho, de repente aparece para virar presidente da CBF?”, perguntou. O médico Samir Xaud, de 41 anos, foi confirmado neste domingo (25.mai) como o novo presidente da instituição, com o apoio de 25 das 27 federações estaduais. Era dirigente da Federação de Futebol de Roraima e foi candidato único.
Xaud substituirá Ednaldo Rodrigues, que foi afastado da presidência da CBF por decisão do TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro) e que nomeou o vice Fernando Sarney como interventor para realizar novas eleições.
Para Garotinho, no entanto, a construção da candidatura de Xaud foi articulada pelo presidente do MDB de Roraima, Romero Jucá (MDB-RR), pelo filho do ex-presidente José Sarney, Fernando Sarney, e pelo ex-presidente do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), Flávio Zveiter. O ex-governador também cita outras autoridades políticas e jurídicas.
Conforme Garotinho, quando Ednaldo voltou ao cargo por meio de decisão liminar do ministro do STF Gilmar Mendes, Fernando Sarney “pulou fora” da gestão do dirigente. O ex-governador atribui a ele a articulação para que Ednaldo desistisse da eleição à CBF, junto com Romero Jucá, que teria escolhido Samir Xaud como candidato à presidência. “Fernando Sarney seria logo queimado. Porque ele participou da administração de Ricardo Teixeira, de José Maria Marin, de Marco Polo del Nero, de Rogério Caboclo e estava participando do Ednaldo. Não seria uma renovação. Aí pegaram um desconhecido lá de Roraima”, disse.
Fernando Sarney está na CBF desde 1998 e é vice-presidente desde 2004. Sarney também atuou nas administrações de Ricardo Teixeira (presidente de 1989 a 2012), José Maria Marin (de 2012 a 2015) e Marco Polo Del Nero (2015). Em 2021, o empresário teve a oportunidade de assumir a presidência da CBF, quando Rogério Caboclo, sucessor de Del Nero, foi afastado. No entanto, ele recusou a oportunidade.
‘Acordos não cumpridos’
Fernando Sarney, que é filho do ex-presidente José Sarney, está na CBF desde a gestão de Ricardo Teixeira, que durou de 1989 a 2012. Tornou-se vice em 2004 e foi mantido no posto por cada presidente que ocupou o principal cargo da entidade desde então. Empresário de 70 anos, Fernando Sarney é dono de um conglomerado de mídia no Maranhão, que inclui uma afiliada da TV Globo. Em 2015, quando o ex-presidente da CBF Marco Polo de Nero foi indiciado no escândalo do Fifagate e se viu impedido de viajar, ele indicou Sarney para a cadeira brasileira do Conselho da Fifa. Foi esse o cargo que o fez se afastar de Ednaldo Rodrigues. Em 2023, o presidente da CBF decidiu que ele mesmo ocuparia a vaga, em substituição a Sarney – que, então aliado e vice-presidente, tornou-se desafeto. Na época, o agora interventor criticou Ednaldo por “acordos não cumpridos”.
Movimento brusco
Fernando Sarney manteve-se discreto mesmo rachado com o presidente da CBF. Mas acusou o último golpe: em março, Ednaldo lançou sua chapa à reeleição sem Fernando Sarney. Candidato único, foi reeleito por unanimidade para um mandato que se inicia em março de 2026. E Sarney, pela primeira vez em décadas, estaria fora da CBF. Menos de dois meses depois, porém, Sarney fez um movimento mais brusco, algo distante de seu perfil. Foi um dos que foram ao STF (Supremo Tribunal Federal) pedir o afastamento de Ednaldo. Ironicamente, com Coronel Nunes novamente como protagonista na história. Sarney e Nunes são dois dos signatários de um acordo de janeiro em que se comprometeram a encerrar disputas na Justiça e que permitiu a realização das últimas eleições na CBF. A assinatura de Nunes, porém, passou a ser contestada sob o argumento de que pode ter sido falsificada – doente, o ex-presidente não teria condições físicas e mentais de consentir num acordo. Ao STF, Fernando Sarney disse ter sido enganado ao assinar o acordo sem saber das condições de Nunes e pediu que o documento fosse anulado. O Supremo não decidiu, mas mandou o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro se manifestar. O desembargador Gabriel de Oliveira Zéfiro aceitou os argumentos, anulou o acordo, afastou toda a diretoria atual da CBF e nomeou Sarney como interventor.



Respostas de 5
Ilustre Jornalista,
Como um cidadão desse, pode falar de alguém? A CAPIVARA desse moço arrepia qualquer pessoa calva. Campos de Goitacazes, onde tem um membro da sua família como prefeito, o rombo é de 200 milhões. Nos hospitais do município estão reutilizando até o scalp de soro.
Amigo John Cutrim, a materia que circula em seu respeitado Blog, dando conta de que o ex-governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho, teria dito que o ex-presidente José Sarney teria sugerido ao presidente Lula a indicação de Flávio Dino ao Supremo Tribunal Federal, como forma de “retirá-lo da política”, merece ser analisada com cautela e senso crítico.
Em primeiro lugar, é preciso lembrar que Garotinho, infelizmente, é um político que ao longo de sua trajetória acumulou escândalos, condenações judiciais e episódios lamentáveis de instabilidade. Sua carreira, marcada mais por controvérsias do que por conquistas relevantes para o Brasil, é o oposto do que representam figuras como José Sarney e Flávio Dino.
Sarney, com sua história de décadas na política brasileira, seja como presidente da República, senador ou articulador de grandes pactos, possui uma biografia que dispensa a necessidade de se envolver em tramas menores ou supostas intrigas políticas. Já Flávio Dino, um jurista respeitado, ex-juiz federal, ex-governador do Maranhão, ex-Senador e atual ministro do Supremo Tribunal Federal, é reconhecido por sua capacidade de diálogo, pela defesa da democracia e pelo compromisso com o interesse público, ao contrário do caminho que Garotinho trilhou — mais próximo das páginas policiais do que das páginas de realizações.
Portanto, é importante filtrar esse tipo de comentário. Garotinho, que infelizmente escolheu a lata de lixo da política, não tem credibilidade para opinar sobre figuras que têm prestado serviços relevantes ao Brasil e que, ao contrário dele, são respeitados por seus pares e pelo povo.
Em tempos de desinformação e ataques infundados, é essencial separar o joio do trigo — e, nesse caso, o joio é a palavra de Garotinho, que não merece ser levada a sério.
Todo mundo sabe que ir para o Supremo Tribunal Federal não foi uma escolha de Flávio Dino. Ele foi mandado por Lula que não queria mais Dino no Governo. A ironia é que todo mundo sabe é que Dino buscou exatamente José Sarney para viabilizar a sua aprovação no Senado Federal. Como Dino também foi até Sarney para conseguir uma cadeira na Academia Maranhense de Letras. E, foi também Sarmey que avalizou o cargo de presidente da Embratur para ele.
Resumindo: A bandidagem impera no Brasil.