• Tasso pode desistir e Eliziane é o nome mais cotado para vice de Simone Tebet

    Às vésperas da convenção que deverá oficializar a candidatura de Simone Tebet (MDB) à Presidência, ganhou força nos bastidores a indicação da senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) como sua candidata a vice. Se confirmada, a chapa presidencial seria a primeira totalmente feminina da história do Brasil entre partidos com representantes no Congresso.

    A equipe do blog apurou que a sondagem já ocorreu oficialmente. As duas são colegas no Senado e mantêm uma boa relação. Além disso, tiveram protagonismo durante a CPI da Covid. O eleitorado feminino é considerado crucial para a definição da corrida presidencial.

    O nome cotado para a vice de Simone era o do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), o principal articulador de sua candidatura. O movimento do político cearense, atrelado a outros caciques tucanos, foi crucial para a desistência do ex-governador de São Paulo João Doria (PSDB) em favor da senadora.

    No entanto, por motivos familiares, Tasso passou a sinalizar que não poderia se comprometer com a agenda intensa de uma campanha presidencial. Em entrevista à Globo News, Simone reconheceu que o tucano poderia colaborar com sua campanha de outras formas, como na função de coordenador. A senadora também admitiu pela primeira vez a possibilidade de convidar uma mulher para o posto.

    O nome de Eliziane Gama, que chegou a ser aventado no passado, voltou à mesa por uma série de atributos que agregariam à chapa de Simone, que pontuou 4% na última pesquisa Ipespe/XP, atrás de Lula (PT), Jair Bolsonaro (PL) e Ciro Gomes (PDT). O principal deles é que ela não representaria um rompimento no acordo com o PSDB, já que o Cidadania e os tucanos compõem uma federação.

    Aliados de Simone veem o nome da política maranhense como um “golaço”. Além da sinergia entre as duas senadoras, Eliziane é mulher, nordestina e evangélica, o que poderia representar um fato político novo e positivo para sua campanha em meio à pressão de alas do MDB pró-Lula pela retirada de sua candidatura. Em maio, a senadora maranhense defendeu publicamente uma chapa 100% feminina encabeçada por Simone.

    Na manhã desta terça-feira, Tasso Jereissati se reunirá com Simone, o presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, e o dirigente do MDB, Baleia Rossi. É esperado que o senador tucano defina sua participação na candidatura da emedebista. Já o MDB decide no dia seguinte a definição da candidatura de Simone. Há expectativa de que a novidade seja anunciada em um dos dois eventos, que serão virtuais.

    Eleita em 2018 com 1,5 milhão de votos na chapa de Flávio Dino (então PCdoB), Eliziane tem uma trajetória política com acenos à esquerda e a pautas conservadoras. Evangélica, é a favor da criminalização ao aborto. Em 2016, enquanto deputada federal, votou a favor do impeachment de Dilma Rousseff. Mas, diante do segundo turno de 2018, declarou voto em Fernando Haddad (PT) contra Bolsonaro.

    Seu perfil chamou atenção de campanhas de outros nomes da chamada “terceira via” que chegaram a cotá-la como vice antes de desistirem, como o próprio Doria e Sérgio Moro (União Brasil). Além de sua representatividade, Eliziane teve atuação combativa na CPI da Covid, o que lhe garantiu notoriedade e presença no noticiário.

    Se confirmada a indicação, a senadora seria a segunda mulher oficializada vice-presidente na eleição deste ano. Vera Lúcia (PSTU) indicou Kunã Yporã, indígena conhecida como Raquel Tremembé, como companheira de chapa. Lula, Bolsonaro e Luiz Felipe D’Ávila escolheram homens para o posto – Geraldo Alckmin (PSB), Walter Braga Netto (PL) e Tiago Mitraud (Novo), respectivamente.

    Além de Tebet, Ciro Gomes (PDT), Luciano Bivar (União Brasil), e Pablo Marçal (Pros) ainda não escolheram seus companheiros de chapa.

    Se confirmada, Eliziane Gama disputaria a vice-presidência com relativo conforto, já que seu mandato só termina em 2026. O principal desafio será agregar à chapa em pontos percentuais, já que Simone Tebet ainda patina nas pesquisas enquanto seu partido, o MDB, caminha rachado rumo a 2 de outubro. (O Globo)

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