A senadora Simone Tebet, pré-candidata do MDB à presidência da República, declarou que sua preferência para a posição de vice em sua chapa é pelo nome do também senador Tasso Jereissati (PSDB-CE). A afirmação foi feita após os tucanos adiarem a indicação para a vice, já que o próprio senador demonstra resistência com o cargo após os impasses entre as legendas se acentuarem nos estados.
Tanto MDB quanto a federação formada por PSDB e Cidadania farão suas convenções nacionais na quarta-feira. Inicialmente, a confirmação da candidatura de Tebet e a indicação do vice para a chapa seriam resolvidas no mesmo dia. Mas, diante do impasse tucano, uma solução que está sendo aventada é a indicação da também senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) para a função.
— Sem dúvida uma chapa feminina (seria positiva), independente das mulheres do PSDB ou do Cidadania, mas hoje a preferência é do senador Tasso — afirmou Tebet em entrevista ao Canal Meio, na noite desta terça-feira.
Tebet foi questionada sobre a possibilidade de uma chapa 100% feminina, fazendo dobradinha com Eliziane. Ela não rechaçou a possibilidade e disse que é uma solução que a agrada, mas teceu muitos elogios a Tasso e disse que a decisão não cabe à ela, mas sim aos partidos PSDB e Cidadania.
A decisão para adiar a indicação para vice na chapa foi tomada pelos tucanos após uma reunião da Executiva do partido na tarde desta terça-feira. Mas Tasso passou a demonstrar resistência em ser o companheiro de Tebet na corrida presidencial, sobretudo depois que se acentuaram entraves entre as duas legendas nos estados.
Sem reeleição
Tebet voltou a mencionar temas como a transferência de renda permanente e programas de empreendedorismo voltados a mulheres de baixa renda. Para isso, defendeu a responsabilidade fiscal e disse que os governos precisam fazer a lição de casa, colocando as contas públicas em ordem e propiciando um ambiente favorável para os negócios. Por isso, criticou governos populistas e se posicionou contrária à reeleição.
— Governo populista não faz dever de casa. O governo populista não está preocupado se vai endividar o Brasil para poder permanecer no poder. Se a gente fizer uma linha do tempo nos governos que passaram e neste governo, e nesse ponto nós temos que acabar urgentemente com a reeleição, vamos ver que entra governo e sai governo, eles aniquilam as âncoras fiscais, não se preocupam com a responsabilidade fiscal, quase quebram o Brasil — afirmou.
Questionada sobre sua posição sobre a descriminalização e legalização do aborto, ela manteve o discurso de que é favorável aos casos já previstos legalmente. Mas ressaltou que não defende a prisão de mulheres que realizem abortos clandestinos. Para Tebet, o debate sobre o tema não pode ser interditado: é uma discussão que precisa ser feita por toda a sociedade. (O Globo)