O vazamento de ácido sulfúrico nas águas do rio Tocantins, ocorrido após colapso da ponte Juscelino Kubitschek, é considerado discreto e irrelevante pelo menos até agora, afirmou Viviane Brandão, superintendente da ANA (Agência Nacional de Águas), no UOL News, do Canal UOL.
“A informação que a gente tem até agora, com as análises [feitas], com as pessoas que estão lá, as ações do Corpo de Bombeiros e da Marinha, indicam que não há um vazamento importante e, se houver, é um vazamento discreto”, disse Viviane Brandão, superintendente da ANA.
A ponte que liga as cidades de Estreito (MA) e Aguiarnópolis (TO) desabou no último domingo (22). Vários veículos, motos e pelo menos três caminhões caíram no rio —os caminhões transportavam 22 mil litros de defensivos agrícolas e 76 toneladas de ácido sulfúrico, um produto químico corrosivo. Ao menos quatro pessoas morreram vítimas do desabamento, outras doze seguem desaparecidas, incluindo duas crianças e o motorista de caminhão que transportava o ácido.
A ANA tem como função fazer a gestão da rede hidrometeorológica que capta, junto com outros parceiros, informações como nível, vazão, a qualidade dos rios ou quantidade de chuvas. O órgão —ligado ao Ministério do Meio Ambiente— tem feito o monitoramento da qualidade do Rio Tocantins, onde ocorreu o colapso da ponte, através da Sema (Secretaria do Meio Ambiente do Maranhão), seu parceiro na região.
“A Sema começou a fazer um monitoramento de madrugada. Eles usam uma sonda multiparamétrica, capaz de ver alguns indicadores do que está acontecendo. A sonda vai medir, por exemplo, o pH (indicador da acidez). E como o ácido sulfúrico é muito forte, quando e se houver esse vazamento, espera-se que aconteça essa alteração do pH. [O ácido sulfúrico] também provoca a alteração da temperatura da água. Esses dois parâmetros são medidos por essa sonda”, comentou Viviane.
Que ainda completou. “A informação que a gente tem até agora, com as análises [feitas], com as pessoas que estão lá, as ações do Corpo de Bombeiros e da Marinha, indicam que não há um vazamento importante e, se houver, é um vazamento discreto.”
O monitoramento feito pela Sema indica que esses parâmetros não tiveram alterações no rio. Então, esses dois parâmetros não [apresentaram alterações], isso dá uma dica de que… se há um vazamento, ele não é importante ou relevante até agora. Quem está lá, entende que esse vazamento não está acontecendo de uma maneira importante. Viviane Brandão, superintendente da ANA
Retomada do abastecimento
O governador do Maranhão, Carlos Brandão, anunciou que a captação de água para abastecimento da cidade de Imperatriz será retomada imediatamente, após a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) emitir parecer técnico que dispensa riscos de contaminação pelas águas do rio.
O parecer veio depois da queda da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que ligava os estados do Maranhão e Tocantins, no domingo (22). No rompimento, três caminhões transportavam 76 toneladas de ácido sulfúrico e 22 mil litros de defensivos agrícolas caíram nas águas junto de outros 5 veículos de passeio.
A Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (CAEMA) também emitiu nota informando sobre a retomada dos sistemas de captação, produção e tratamento de água do Rio Tocantins.
Segundo ela, o abastecimento será normalizado gradualmente, na medida em que for recuperada a pressurização das redes, depois das autoridades ambientais do estado e da união realizarem testagens que asseguraram a retomada da produção de água em Imperatriz.
A CAEMA ressaltou dizendo que permaneceu pronta para retomada da operação desde o primeiro instante, dependendo exclusivamente do aval dos órgãos de controle ambiental.
Buscas por desaparecidos
Equipes do Corpo de Bombeiros retomaram na manhã desta quarta-feira (25) as buscas pelos 13 desaparecidos após a queda da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que liga os estados do Maranhão e Tocantins, no domingo (22). Quatro mortes foram confirmadas.
Pelo menos dez veículos, sendo três caminhões que transportavam cerca de 25 mil litros de defensivos agrícolas e 76 toneladas de ácido sulfúrico, acabaram caindo no rio em virtude do desabamento.
As buscas estão sendo realizadas nesta manhã apenas com botes. Onze mergulhadores da Marinha ajudam na operação de buscas. Por enquanto, trabalham em lanchas, sem mergulhar, já que duas das carretas que caíram da ponte estavam carregadas com produtos tóxicos.
Uma reunião será realizada ainda nesta manhã para avaliar as condições do rio Tocantins. Segundo a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), até o momento não há indícios de contaminação.
A Marinha informou que está utilizando um equipamento chamado SideScan Sonar, que identificou a possível localização de um dos caminhões, a aproximadamente 40 metros de profundidade. Veja na imagem abaixo.
Também está prevista para esta quarta-feira a chegada de um drone subaquático da Polícia Federal, que deve agilizar a localização dos veículos e corpos submersos. (Uol e G1)