• Vídeo: “Estou sendo perseguido pelo governo Lula”, diz Bolsonaro

    O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, nesta segunda-feira (29), que desconhece qualquer pedido de informações privilegiadas por parte de seus filhos para Alexandre Ramagem, ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

    Uma assessora do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do ex-chefe do Executivo, pediu ajuda a Ramagem em inquéritos relacionados à PF e ao clã Bolsonaro.

    “Jamais, no meu entender, um filho meu faria uma solicitação dessa, e, se por ventura fizesse, pode ter certeza que seria prontamente rechaçado pelo delegado Ramagem. Investiguem, vão a fundo”, disse Bolsonaro.

    Carlos Bolsonaro foi alvo hoje de operação da PF. A ação, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), é um desdobramento da Operação Vigilância Aproximada, responsável por investigar o monitoramento ilegal de autoridades por parte da Abin durante a gestão de Ramagem.

    Segundo o ex-chefe do Executivo, é desconhecido por parte dele qualquer pedido, seja para Ramagem, para o chefe da PF ou para qualquer outra pessoa.

    “Se fizessem, com toda a certeza, como essas pessoas que eu coloquei eram isentas, não tinham qualquer vínculo comigo, eles rejeitariam fazer isso. Porque, o que está em jogo é o futuro dessas pessoas”, prosseguiu.

    Bolsonaro expressou que “era comum” pedir informações para órgãos do governo, a partir de “um certo vínculo de amizade”.

    “Há uma amizade do Ramagem conosco. Tanto é que, o senhor Alexandre de Moraes não permitiu que ele assumisse a Abin por ter uma certa relação de amizade conosco”, explicou.

    Falta de contato com a Abin

    O ex-presidente, durante entrevista à CNN, afirma que raramente tinha contato com a Abin.

    “Tanto é que vocês lembram que divulguei uma reunião de ministros, aonde eu reclamava, de maneira geral, do serviço de inteligência que nós temos”, disse, fazendo referência à reunião ministerial divulgada em abril de 2020.

    De acordo com Bolsonaro, ele nunca recebeu nenhuma informação, localização geográfica ou relatório da Abin.
    “Eu nunca busquei colher dados, de quem quer que seja, para me defender”, afirmou.

    Perseguido pelo governo Lula

    O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que está sendo perseguido pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

    “Eles querem me associar a essa ‘Abin paralela’. Mas não vão encontrar nada. É uma pesca em piscina. Não vão tirar um peixe. Estou sendo perseguido pelo governo do Lula”, ressaltou Bolsonaro à CNN.

    O ex-presidente afirmou que estava bem cedo, por volta das 6h, em uma área sem sinal de celular, na praia de Joaquina, na região de Angra.

    “Eu estava sem sinal de celular. Somente por volta das 9h30 que soube dessa operação. Eu sempre saio bem cedo para pescar. A pergunta que fica é por que a PF chegou por volta das 7h30? Por que não chegaram às 6h como fazem?”, questionou. O ex-presidente também negou que houve apreensão de material da Abin.

    Jair Bolsonaro ainda disse, sem citar nomes, que “alguém” teria ficado chateado com o que ele afirmou na live ontem sobre a Venezuela e o Brasil.

    “Alguém ficou bravo com o que falei na live ontem. Na Venezuela, o governo fez um acordo com a oposição e depois o Nicolás Maduro declarou que o voto lá é eletrônico, mas tem o impresso. Dias depois a justiça lá torna a única candidata da oposição inelegível. Ora, há algo semelhante aqui no Brasil?”.

    Carlos irá prestar depoimento 

    O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que seu filho, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), prestará depoimento à Polícia Federal (PF) na próxima terça-feira (30).

    Carlos Bolsonaro foi alvo hoje de operação da PF. A ação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

    A defesa do vereador, no entanto, disse que o depoimento não se refere às buscas e apreensão realizadas nesta segunda-feira. Segundo o advogado Antonio Carlos Fonseca, a oitiva foi marcada há algumas semanas e se refere a uma publicação feita por Carlos em agosto do ano passado. O inquérito também está em segredo de Justiça.

    “É um procedimento é outro inquérito que também está em sigilo. Não tem nada a ver com os fatos de hoje. Pura coincidência”, disse o advogado à CNN.

    O depoimento será realizado na Superintendência da PF no Rio no período da manhã.

    Qual objetivo da operação da PF?

    Nesta nova etapa da operação, a Polícia Federal busca avançar no núcleo político, identificando os principais destinatários e beneficiários das informações produzidas ilegalmente no âmbito da Abin, por meio de ações clandestinas.

    Segundo a PF, nessas ações eram utilizadas técnicas de investigação próprias das polícias judiciárias, sem, contudo, qualquer controle judicial ou do Ministério Público.

    Os investigados podem responder, na medida de suas responsabilidades, pelos crimes de invasão de dispositivo informático alheio, organização criminosa e interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática sem autorização judicial, ou com objetivos não autorizados em lei.

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