Por Leonardo Sakamoto (UOL)
Lula não convidou o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), para o PT, pensando nas eleições presidenciais de 2022, ao contrário de informações que circularam na imprensa e nas redes sociais. O próprio ex-presidente negou a informação, através de sua conta de Twitter, nesta terça (28).
“Pelo profundo respeito que eu tenho pelo PC do B, pelo PT, pelo Flávio Dino e pelo Fernando Haddad, jamais convidaria um membro do PC do B para se filiar ao PT”, afirmou. A presidente do Partido dos Trabalhadores, a deputada federal Gleisi Hoffmann, endossou a mensagem de Lula. “Jamais faríamos um convite como esse”, afirmou ela.
A coluna conversou com pessoas próximas aos personagens envolvidos. Apesar de respeitar Flávio Dino, que vem fazendo oposição a Jair Bolsonaro, o ex-presidente segue vendo o nome de Fernando Haddad como o candidato natural, caso ele próprio continue impedido de concorrer.
De acordo com esses interlocutores, haveria pessoas interessadas, tanto no PT quanto no PC do B, em transmitir a ideia de que Lula estaria querendo importar Flávio Dino para uma cabeça de chapa em 2022.
Jogo dos tronos esquerdista
Um grupo de petistas quer, com pressões como essa, forçar Haddad a concorrer à Prefeitura de São Paulo neste ano – o que, para muitos analistas, seria suicídio político, uma vez que a eleição do ano passado lhe deu projeção nacional. O ex-prefeito já afirmou que não vai e Lula respeita sua decisão – o que foi reafirmado na entrevista que realizamos com ele, pelo UOL, na semana passada.
E haveria uma tentativa de gerar celeuma entre o PT e o PC do B, promovido por alguns comunistas, que desejam aproximar o seu partido do Centrão e do outro polo da oposição, encabeçado pelo PDT e PSB, também segundo as fontes.
Isso não teria a participação do governador. Ele segue o papel que lhe cabe, buscando se cacifar para 2022. Mas haveria gente usando a oportunidade para seus projetos políticos.