A assessora especial de Direitos Digitais do Ministério da Justiça, Estela Aranha, afirmou que irá desbloquear perfis que criticaram posicionamentos dela no Twitter. Aranha havia bloqueado perfis de integrantes da sociedade civil especializados no combate à desinformação, que vinham questionando a atuação do governo no tema.
“Ouvi as críticas sobre o acesso ao meu perfil, refleti e reconsiderei. Embora seja um perfil de caráter pessoal, conforme expresso na própria bio, seguirá aberto para acesso à informação e debate público construtivo”, afirmou Aranha.
Alguns dos bloqueados criticaram a assessora em postagens.
“Eu e o @desinformantebr não podemos mais ler o que @estela_aranha escreve no Twitter porque fomos bloqueados. Em um governo democrático, em meio a debates importantíssimos, a assessora de Direitos Digitais aparentemente acha que acesso à informação não é um direito fundamental”, escreveu Nina Santos, pesquisadora no Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Democracia Digital e na universidade de Paris Pantheon-Assas.
Bruna Martins dos Santos, profissional da Coalizão Direitos na Rede, endossou o post: “Lamentável que isso esteja acontecendo no contexto de um governo democrático e com pesquisadoras que têm anos de experiência no campo”.
No ministério, a advogada tem mantido contato com o Twitter para cobrar que conteúdos que promovam ameaças sobre ataques nas escolas sejam removidos. Após ser cobrado, o Twitter começou a apagar os perfis criminosos.
Nas contribuições enviadas à Câmara para o PL das Fake News, o governo Lula defendeu que perfis institucionais não podem bloquear cidadãos nas redes sociais. (Guilherme Amado)