Após muito resistir, Jair Bolsonaro começou, enfim, a aceitar a possibilidade de Michelle se candidatar a uma das vagas de senadora pelo Distrito Federal em 2026.
Do mesmo modo, em conversas recentes, a ex-primeira-dama também passou a admitir internamente que pode aceitar a missão.
Temor de Bolsonaro
Jair Bolsonaro não está satisfeito, mas já dá como certo que será tornado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A aliados próximos, o ex-presidente tem externado outra preocupação após o fim do julgamento: as investigações que correm na Polícia Federal com potencial de atingir a mulher, Michelle Bolsonaro.
O ex-presidente mostrou extrema irritação quando chegou ao seu conhecimento a possibilidade da esposa ser chamada a depor na PF. Bolsonaro teme o desgaste e a exposição que a ex-primeira-dama teria se fosse chamada a prestar esclarecimentos sobre os depósitos para ela operacionalizados, em dinheiro vivo, pelo ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o coronel Mauro Cid. O ex-presidente tem dito que consideraria essa ação uma “ataque abaixo da linha da cintura”.
Como informou o relatório policial revelado pelo site “UOL”, os repasses para Michelle foram fracionados e em espécie. O caso faz parte de uma investigação da PF sobre desvios de recursos do Palácio do Planalto na gestão Bolsonaro que teria Cid como operador. O coronel está preso desde o mês passado.
Também há temor de Bolsonaro que Michelle seja chamada para prestar depoimento sobre as joias da Arábia Saudita. A investigação conduzida pela PF de São Paulo já coletou os depoimentos, mas um novo inquérito deve ser aberto pela sede da corporação após o primeiro ser finalizado. O receio é que, neste caso, a ex-primeira-dama seja chamada a depor. (O Globo)