Jair Bolsonaro foi aconselhado a fazer gestos para outros nomes da direita além do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Em reuniões nesta semana, o ex-presidente foi advertido por aliados que deveria falar publicamente da esposa, Michelle Bolsonaro, e do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), como opções para concorrer à Presidência em 2026. O capitão ouviu e ficou em silêncio.
A estratégia busca pressionar Tarcísio a fazer mais gestos ao bolsonarismo. Recentemente, o ex-presidente voltou a mostrar incômodo com o secretário de governo do Estado de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD). Bolsonaro diz aos quatro ventos que nunca aprovará Kassab como vice de seu pupilo em uma eleição futura.
Nos bastidores, o governador coloca a má relação na conta de Kassab. Aponta o excesso de apetite do presidente do PSD por prefeituras e avalia que ele deveria fazer gestos a Bolsonaro.
No sábado passado, durante a manifestação no Rio de Janeiro, Bolsonaro falou nominalmente Tarcísio, mesmo com ele ausente no ato.
— Quem é Tarcísio de Freitas? Um jovem militar formado na mesma academia que a minha, a das Agulhas Negras. E o Tarcísio de Freitas carioca, torcerdor do Flamengo, se candidatou em São Paulo e ganhou — afirmou.
Uma pesquisa feita com o público que esteve no ato no Rio para apoiar Bolsonaro mostrou que o nome preferido para concorrer ao Executivo em 2026 é o de Tarcísio, já que o ex-presidente está inelegível. Bolsonaro ainda segue com o discurso de que conseguirá resgatar sua elegibilidade, mesmo com essa possibilidade considerada irreversível por membros do Judiciário. (O Globo)
Respostas de 2
Michelle se for candidata a presidência da República, será um poste semelhante a Haddad em 2018. Enquanto o brasileiro não acordar dessa dicotomia nefasta de Lula e Bolsonaro, continuaremos pensando no futuro, com o pé no freio e olhando pelo retrovisor.
Excelente comentário.
Um político inelegível não pode tratar o eleitorado dessa forma. Os votos não são propriedade da família Bolsonaro. Creio que os votos da última eleição representam muito mais o antipetismo, por não se acreditar nos 14 anos de governo do PT, na agenda progressista e nem na proposta econômica, do que algo que seja “transferível” a Michele Bolsonaro.
Uma pena o brasileiro ainda acreditar em Salvador da pátria, ter memória curta e se “informar” pela Rede Globo, Folha e UOL.