O presidente Jair Bolsonaro passou, na tarde desta quarta-feira, por um procedimento dermatológico no Hospital da Força Aérea, em Brasília. Segundo ele, está sendo investigado um “possível câncer de pele” e foi feita uma cauterização de sinais na região próxima à orelha. Após a repercussão da informação, o presidente disse ao GLOBO que está bem e que o procedimento hoje foi apenas para controle das manchas. Segundo ele, há três meses foi realizada uma biópsia que não indicou a presença de lesões cancerosas.
— Eu estou bem, estou bem. Foi um exame de controle da mancha. Há três meses, eu fiz uma biopsia e não deu nada. É apenas rotina — disse o presidente ao GLOBO no Palácio do Alvorada.
O presidente minimizou a repercussão da notícia e lembrou que na época em que esteve internado em decorrência da facada que levou durante ato de campanha falava-se que ele poderia ter um câncer na região abdominal.
— Quando eu fiquei no hospital (na época da facada), falaram também que era câncer. Não era — disse o presidente.
Bolsonaro deixou o Palácio do Planalto às 16h10 rumo ao Hospital da Base Aérea.Bolsonaro deixou o hospital às 17h25 e seguiu para o Palácio do Alvorada. Lá, comentou a possibilidade do câncer de pele.
— Tem um possível câncer de pele. Vamos dar uma checada em mim. Inclusive não sou eu que peço, muitas vezes eles que me convocam e eu vou para lá. Eu não sou dono mais de mim em muitas questões — disse a jornalistas, informando que “por enquanto, só a orelha” está sob avaliação médica.
Bolsonaro justificou que tem a pele muito clara e sempre fez atividades com exposição ao sol, fatores de risco para câncer de pele. Em junho, o presidente já havia passado por consulta com dermatologista no mesmo hospital.
— Eu tenho pele clara, pesquei muita na minha vida, gosto de muita atividade. Então a possibilidade de câncer de pele existe — respondeu.
Bolsonaro contou que estava tranquilo durante a cauterização dos sinais e chegou a dormir, após ter tomado anestesia. Ao chegar no Alvorada, ele estava apenas com um curativo na orelha esquerda e parou para falar com apoiadores. Em seguida, conversou com jornalistas por cerca de 12 minutos.
— Não sei se vão fazer biópsia. Tiraram, me cutucaram, furaram, deram anestesia. Eu dormi. Estava tão cansado que eu deitei na maca e dormi. Não sei o que fizeram — disse aos jornalistas na porta do Alvorada.
Questionado se estava bem, Bolsonaro afirmou, em tom de brincadeira, que o vice-presidente Hamilton Mourão continua no cargo:
— Por enquanto, o Mourão continua vice, pode ter certeza.
Às 20h30, a Secretaria de Comunicação do Palácio reforçou, em uma nova nota, que não há qualquer indicativo de câncer de pele, apesar de não haver o resultado dos exames realizados nesta tarde.
“O presidente apresenta boas condições de saúde, SEM QUALQUER INDICATIVO DE CÂNCER DE PELE e mantém a previsão de agenda para a semana, conforme programado”, diz a nota.
Bolsonaro tinha uma viagem marcada nesta quarta para Salvador, onde visitaria as obras do aeroporto na cidade. Questionado por que a viagem foi cancelada, Bolsonaro disse que a pergunta deveria ser encaminhada para o médico da Presidência, Ricardo Peixoto Camarinha.
— Pergunta para o doutor Camarinha. Não sou uma máquina. Estou com 64 anos — respondeu. — Aos 64 anos, algumas coisas começam a falhar.
Em seguida, Bolsonaro disse que a recomendação médica para não viajar era apenas uma “questão de estafa”:
— Questão de estafa. Eu sabia que não ia ser fácil. Espero que vocês colaborem, não comigo, mas com o Brasil.
Antes de Bolsonaro confirmar a ida ao dermatologista, a Secretaria de Comunicação informou, às 17h45, que a ida ao médico se tratava apenas de uma consulta de rotina.
“O presidente Jair Bolsonaro foi ao Hospital da Força Aérea Brasileira (HFAB), nesta tarde, para consulta de rotina já programada, com a realização de exames também de rotina. O presidente apresenta boas condições de saúde, sem ressalvas. Agora, o presidente segue para o Alvorada”, informou a nota enviada à imprensa.