• ‘Calote’ em artistas maranhenses repercute nas redes sociais e no meio político

    As denúncias de artistas que não foram pagos pelo Governo do Estado repercutiram nas ruas, nas redes sociais e até no meio político(veja no vídeo acima). A indignação dos profissionais diante do ‘calote’ foi mostrada aqui no Difusora ON e em todos os telejornais da TV Difusora (relembre aqui).

    Nas ruas, a população achou injusto o tratamento com os representantes da cultura maranhense. O mecânico José Sarney falou com nossa reportagem sobre o assunto.  “Se eles não recebem, de que forma ele vai continuar fazendo esse trabalho? Quando você não paga o artista local, mas paga o artista que vem de fora é uma discriminação bem grande”, destacou. (veja no vídeo abaixo)

    O encanador João Roberto lamentou que o poder público não tenha priorizado os artistas da terra. “Dão valorização para o pessoal que vem de fora, mas não dão para os que vivem aqui. E são esses artistas que representam o nosso Maranhão, o nosso povo, a nossa cultura”.

    “O certo é pagar os artistas da cidade. São merecedores, são trabalhadores iguais aos outros e deveriam ter a mesma prioridade”, afirmou a cozinheira Maria Santos.

    Nas redes sociais, a repercussão da matéria trouxe outras denúncias. Essa mulher disse que trabalhou por 35 dias no arraial do Ipem e até agora não recebeu. Outra diz que o marido faz parte de um grupo de bumba meu boi que também ainda não foi pago.

     

    A denúncia chegou ao Legislativo Estadual. “Recebemos muitas denúncias, pedidos de apoio para interceder junto ao Governo do Estado. Temos homens e mulheres que trabalharam e estão seis meses sem receber o que executaram na cultura do estado do Maranhão, no São João, nas festas juninas. Então há a necessidade de compromisso no pagamento desses fazedores de cultura”, afirmou o deputado Wellington do Curso.

    O Ministério Público também já foi acionado. Por lá foi protocolado um pedido para haja o cancelamento dos shows do réveillon. A justificativa é justamente a dívida que o estado tem com atrações que se apresentaram há meses em outras festividades.  (Veja abaixo)

    Após a repercussão da matéria, um artista disse ter recebido os valores que estavam em atraso.

    Artistas maranhenses fizeram denunciam

    O produtor cultural, William Morais, faz parte do grupo de representantes da cultura maranhense, que estão indignados com o ‘calote’ do estado. “Não pagaram o natal de 2022, não terminaram de pagar o carnaval de 2023 e o São João desse ano não sabemos nem quando vamos receber”, afirmou.

    “Tenho dois shows a receber que foram feitos no Hemomar em dezembro de 2022. Já fez aniversário e não vi o dinheiro”, desabafou o cantor Carlos Berg, outro artista prejudicado pela falta de pagamento do Governo do Maranhão.

    Ainda no mês de maio deste ano, o Governo do Estado lançou o Maior São João do Mundo’ teve investimento de R$ 44 milhões anunciado pelo governador Carlos Brandão (PSB). “Eles venderam uma imagem enganosa de que temos a maior cultura do mundo, mas se esqueceram de valorizar quem faz o espetáculo. Infelizmente a realidade é essa”, lamentou Morais durante entrevista.

    Os artistas ainda denunciaram que não são sequer recebidos na Secretaria de Estado da Cultura. “Cansei de ir lá, mas eles não têm nenhuma organização de como e quando vão fazer esses pagamentos. ”, contou

    Quem se apresentou no São João está sendo obrigado a aceitar um acordo para receber o pagamento: parcelado e a partir de 2024. “Até agora a maioria ainda não conseguiu receber e os que receberam fizeram acordo para receber apenas 50% do valor e resto em fevereiro ou março do próximo ano”, disse outro artista que preferiu não se identificar.

    Nas redes sociais do Governo do Maranhão, vários comentários pedem resposta ao não pagamento dos artistas.

      

    Segundo a denúncia, alguns grupos receberam favorecimento pessoal. “Tem a parada da camaradagem. Quem tem amigos lá dentro, quem tem conhecido recebe primeiro. Quem não tem ninguém, vai ficando para depois”, disse outro artista que também não se identificou.

    Em nota, enviada às 11h50 desta quinta-feira (28), a Secretaria de Estado da Cultura disse que os pagamentos estão sendo regularizados e que apenas uma parcela de 15% dos cachês referentes às brincadeiras não foram pagos, em virtude de problemas processuais, como cadastramento e outras atualizações necessárias para a efetivação das obrigações contratuais. (Do Difusora On)

     

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