Desde o início da atual legislatura, em 1º de fevereiro de 2019, a Câmara dos Deputados já gastou R$ 1,42 milhão em viagens classificadas como “missões oficiais”. O valor é 48,02% maior se comparado ao observado nos oito primeiros meses da legislatura de 2015, quando a Casa gastou R$ 964,7 mil em diárias. No período, a inflação acumulada foi de 32,33%, de acordo com o Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M). Ou seja, a alta foi maior do que a inflação em 15,69 pontos percentuais. A Câmara usa recursos públicos para bancar as viagens de seus deputados.
Levantamento do (M)Dados, núcleo de análise de grande quantidade de informações do site Metrópoles, usou informações das viagens parlamentares feitas desde o início da legislatura atual até o dia 5 de outubro. Os dados podem ser acessados no site da Câmara. O campeão em gastos da atual legislatura é o deputado Zé Carlos (PT-MA). Até o momento, a Câmara pagou R$ 31.451 em viagens oficiais para o parlamentar. Ao todo, foram 19 diárias.
Zé Carlos é seguido pelos deputados Nelson Pellegrino (PT-BA), com R$ 31.434 e 18 diárias, e Rubens Bueno (Cidadania-PR), com R$ 28.890 e 16 diárias.
Por partido, o PP é a legenda que mais recebeu recursos públicos para realizar viagens oficiais em 2019. Foram R$ 174.817 para 96 diárias. O PT aparece em segundo lugar: R$ 159.358 para 94 diárias. O partido Republicanos está em terceiro, com R$ 153.411.
Para o parlamentar receber esse benefício, previsto no regimento interno da Câmara, ele deve apresentar um requerimento na Secretaria de Relações Internacionais, que encaminha o pedido para aprovação do presidente da Casa, Rodrigo Maia. Se aprovado, o requerimento segue para a Diretoria-Geral da Câmara para liberação dos recursos.
Ao retornarem, os deputados precisam elaborar um relatório e encaminhá-lo à presidência da Casa com todas as atividades que fizeram durante a viagem.