O PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, deve seguir a posição do PT e abrir espaço a alianças nas eleições municipais de 2024 com a sigla de seu principal adversário na última disputa presidencial. Apesar da pressão do bolsonarismo por um veto a quaisquer aproximações com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a cúpula da legenda dirigida por Valdemar Costa Neto avalia que os cenários locais podem conduzir ou a alianças com candidatos do PT ou ao apoio de petistas a nomes do próprio PL em 2024.
Além de articulações entre os dois partidos no Rio, como O GLOBO mostrou na última semana, há conversas entre PT e PL em estados como Ceará, Maranhão e Bahia. Para o entorno de Valdemar, embora não haja disposição de veto, a efetivação das alianças dependerá do jogo de cintura dos candidatos para não entrar no foco dos bolsonaristas.
Cacique regional do PL que tem votado alinhado ao Planalto, o deputado federal Josimar Maranhãozinho (PL-MA) conversa sobre uma aliança com seu colega de Câmara, Duarte Jr. (PSB), pré-candidato à prefeitura de São Luís. Duarte disse que planeja aglutinar partidos como PP, do deputado André Fufuca, e PDT, do senador Weverton Rocha, que faziam parte da base do ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), quando governou o Maranhão, até o ano passado.
Josimar e Dino, que se afastaram após a filiação de Bolsonaro ao PL, têm ensaiado uma reaproximação neste ano — o deputado já foi recebido e posou ao lado do ministro em seu gabinete. Na eleição de 2022, o PL se coligou à candidatura de Weverton, do PDT, ao governo, enquanto PT e PSB marcharam com o governador eleito Carlos Brandão.
— Está certa minha candidatura em São Luís, com vice do PT, consolidando o apoio da federação (PT, PCdoB e PV). A partir daí vamos buscar outras forças, incluindo o PL, com Josimar — afirmou Duarte ao Globo.
O ex-prefeito Edivaldo Holanda Jr. corre por fora e tenta atrair membros da federação PT/PCdoB/PV para o projeto da sua pré-candidatura a prefeito de São Luís. Um dos partidos que compõem a federação, o PCdoB tem preferência pelo nome de Edivaldo.
As movimentações envolvendo PT e PL já geraram reações de parlamentares da sigla de Bolsonaro, em especial após a legenda de Lula publicar, na última semana, uma resolução que abre brecha a alianças em 2024. Ex-ministro de Bolsonaro, o senador Rogério Marinho (PL-RN) postou, nas redes sociais, que candidatos do PL a prefeituras em busca de alianças com o PT “devem procurar outro partido”. Com informações do jornal O Globo