• Em aproximação como possível vice de Doria, Eliziane Gama participa de reunião com governo de SP

    A senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) participou, na manhã desta segunda-feira, da reunião do governador de São Paulo, João Doria, com secretários de seu governo, no Palácio dos Bandeirantes. A agenda acontece em meio à aproximação do partido da parlamentar com a candidatura de Doria à Presidência.

    O PSDB e o Cidadania têm debatido a possibilidade de formar uma federação. Nesse cenário, Eliziane foi apresentada como um nome para integrar a chapa presidencial como vice de Doria em uma reunião na semana passada. A senadora se destacou como uma das figuras mais combativas na CPI da Covid, no ano passado.

    “Estamos debatendo sobre isso”, disse Eliziane sobre ser vice de Doria.

    Na reunião com cerda de 50 autoridades, a senadora fez elogios a Doria sobre seu papel na vacinação contra a Covid e programas na área social. Também elogiou o “olhar de garra e gestão” e concluiu: “Doria vai ser de Brasília e do Brasil. São Paulo precisa do Senhor, mas o Brasil também precisa”.

    Durante o encontro de hoje, a senadora elogiou ações do governador, citou os avanços obtidos pelo Estado de São Paulo na vacinação, sobretudo de crianças. Para Eliziane, seu perfil “complementa” o de Doria.

    “Sou mulher, nordestina, evangélica. São elementos que se somam ao perfil de Doria, que é de São Paulo. São duas realidades muito diferentes”, disse ao Valor depois da reunião. “Eu, pessoalmente, me sinto prestigiada e honrada”, afirmou, sobre a negociações sobre sua indicação para a vice.

    Em sinalização a Doria, Eliziane defendeu que o modelo de gestão adotado em São Paulo “seja reproduzido no país todo”.

    Doria vê com simpatia uma eventual composição com Eliziane. A parlamentar teve papel de destaque na CPI da Covid, no Senado.

    O presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire, disse que ainda não há nenhum acerto com Doria em relação à vice, mas defendeu a indicação de Eliziane para compor a chapa do tucano. “É uma hipótese que deve ser pensada. Eliziane tem muitas qualidades: é combativa, tem ideias progressistas, é mulher, nordestina, evangélica e defensora do Estado laico”, disse Freire.

    Ex-deputada e ligada à Assembleia de Deus, Eliziane foi eleita senadora pela primeira vez em 2018, na chapa de Flávio Dino, à época do PCdoB. Ela se destacou na CPI da Covid. A parlamentar já foi filiada ao Rede, teve mandatos como deputada estadual e federal e disputou a Prefeitura de São Luís em 2012 e 2016. Na segunda vez em que disputou a prefeitura da capital maranhense, ela recebeu metade dos votos que havia conquistado na primeira tentativa e disse que “Deus não quis” que ela fosse eleita prefeita. O desempenho, no entanto, foi vinculado por seus adversários ao fato de ter votado a favor do impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT), em 2016. Em 2018, foi eleita senadora na chapa do governador reeleito do Maranhão, Flávio Dino, que estava filiado na época ao PCdoB e hoje está no PSB. Na eleição presidencial passada, Eliziane apoiou a candidatura de Fernando Haddad (PT).

    O Cidadania tem uma pré-candidatura ao Planalto oficializada: a do senador Alessandro Vieira, de Sergipe.

    No próximo dia 15, o Cidadania, presidido nacionalmente pelo Roberto Freire, decidirá sobre qual federação irá compor: a aliança formal com o PSDB é uma das opções. Também estão sobre a mesa as propostas de federação com Podemos, de Sergio Moro, e PDT, de Ciro Gomes. Leia mais aqui.

    O deputado Daniel Coelho, que integra a executiva nacional, disse a O Antagonista que “o apoio da senadora de Eliziane à proposta de federação com PSDB pode ser decisivo, já que a senadora tem excelente trânsito nas bases do partido”.

    “Seu nome na vice, sem dúvida, pode ajudar muito qualquer candidato a presidente. Mulher, nordestina, evangélica progressista, senadora atuante e respeitada: Eliziane tem um excelente perfil. Mas, para falarmos de formação de chapa, é preciso esperar e respeitar a decisão do colegiado, que é soberana”, disse ele.

    “Agora é hora unir o partido, debater e convencer, para que a decisão seja tomada cumprindo todos ritos da nossa democracia interna”, acrescentou. Com informações de O Globo e O Antagonista

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