• Em artigo, Márcio Jerry diz que Sarney não teve participação no movimento pró-democracia, mas cumpriu acordos

    Em artigo publicado, o deputado federal Márcio Jerry(PCdoB) elucida acontecimentos relacionados a participação do ex-presidente José Sarney na redemocratização do Brasil. Vale lembrar que Sarney apoiou a ditadura fazendo parte do regime onde era filiado ao PDS [Partido Democrático Social], o partido do governo militar. Nos momentos finais, entretanto, Sarney se distanciou ao assumir a Presidência e possibilitou a estabilidade política para a convocação da Assembleia Nacional Constituinte, a consequente promulgação da Constituição Federal de 1988 e o repasse do país à primeira eleição direta após o período de governo militar.

    “A morte de Tancredo Neves escreveu um roteiro totalmente imprevisto, cabendo a José Sarney dar cumprimento a compromissos, acordos e agendas institucionais celebradas sob comando de Tancredo e Ulysses Guimarães. Já político experiente e habilidoso e a despeito de não ter tido nenhuma participação nos movimentos pró-democracia, Sarney conseguiu êxito na pauta política do país de garantia da redemocratização, que teve no Congresso Constituinte e consequente Constituição Cidadã um desfecho histórico que em 40 anos vem sendo confirmado”, diz Jerry.

    Abaixo o artigo publicado por Márcio Jerry.

    15 de março de 85 : Sarney e a democracia 

    Em 15 de março último foi muito lembrada aquela histórica data em 1985, quando José Sarney na condição de vice-presidente eleito na chapa liderada por Tancredo Neves foi empossado presidente da República. Momento agudo de nossa história acentuado ainda mais com a doença que impossibilitou a posse de Tancredo em março e o levou à morte um pouco mais de um mês depois, em 21 de abril.

    A vitória de Tancredo Neves a presidente no Colégio Eleitoral foi o desfecho de amplas mobilizações na sociedade que acabaram por ter forte impacto no enfraquecimento do polo de poder que desde 1964 dava sustentação política por longos 21 anos à ditadura militar.

    Em meio a gigantesca mobilização em todas as regiões do país a emenda Dante de Oliveira propondo a volta das eleições diretas foi derrotada mesmo tendo 298 votos favoráveis contra 65 num escrutínio ao qual faltaram 113 deputados. Era necessário um quórum de 320 votos para a proposta seguir ao Senado.

    Sem eleições diretas as energias se voltaram para a montagem de uma chapa oposicionista no Colégio Eleitoral. É nesse contexto, após um racha na base do governo , que a vaga de vice presidente caiu no colo de José Sarney, que ironicamente até bem pouco tempo era nada menos que o presidente do governista PDS.

    A morte de Tancredo Neves escreveu um roteiro totalmente imprevisto, cabendo a José Sarney dar cumprimento a compromissos, acordos e agendas institucionais celebradas sob comando de Tancredo e Ulysses Guimarães. Já político experiente e habilidoso e a despeito de não ter tido nenhuma participação nos movimentos pró-democracia, Sarney conseguiu êxito na pauta política do país de garantia da redemocratização, que teve no Congresso Constituinte e consequente Constituição Cidadã um desfecho histórico que em 40 anos vem sendo confirmado.

    Se não teve qualquer participação no movimento pró-democracia que levou à vitória no Colégio Eleitoral, sem dúvida José Sarney teve papel importante no exercício da Presidência da República como substituto de Tancredo e sucedâneo de seus compromissos, especialmente o que relacionado à consolidação do caminho para a definitiva democracia.

    Respostas de 3

    1. O artigo do deputado, embora reconheça a importância do governo de José Sarney na transição democrática, carrega uma visão enviesada e reducionista sobre o papel do ex-presidente na redemocratização do Brasil. A crítica velada de que Sarney não participou ativamente do movimento pró-democracia ignora a complexidade do momento histórico e minimiza sua habilidade política e sua contribuição para a consolidação da Nova República.
      É uma simplificação grosseira afirmar que Sarney “não teve qualquer participação no movimento pró-democracia”. Se considerarmos o contexto da época, ele rompeu com o regime militar ao deixar o PDS e aderir à Aliança Democrática, arriscando sua própria trajetória política em um movimento que selaria o fim da ditadura. Não se tratou de uma mera conveniência política, mas de uma decisão estratégica e corajosa que contribuiu diretamente para a viabilização da candidatura de Tancredo Neves, garantindo apoio de setores conservadores essenciais para derrotar o candidato governista, Paulo Maluf.
      Portanto, a crítica do deputado não apenas subestima a importância de José Sarney na redemocratização do Brasil, como também desconsidera sua capacidade de liderança em um momento decisivo da nossa história.
      Como o Deputado de um inexpressivo “líder”, chegou a Deputado Federal? O Vice Governador desde de quando é PT?

      1. sarney nao moveu uma pedra pra mudar o cenario ditatorial do país, apenas cumpriu agendas ja estabelecidas. coronel enraizado com a ditadura, esperto e habilidoso como sempre ficou em cima do muro e acabou sendo beneficiado pela historia kkkkkk

    2. O deputado federal Márcio Jerry é um poço de incoerência, contradições e um político do baixo clero, sempre oportunista, defendendo apenas seus interesses mesquinhos. Jerry esquece que foi membro ativo do maior estelionato eleitoral do Maranhão, que foi a eleição de Flávio Dino, o Professor de Deus. Dino ao assumir o mandato, tendo como testemunhas os Leões de ferro, esbravejou que estava inaugurada a República no Maranhão, puro engodo. O seu governo foi marcado por perseguições e por um processo de desenvolvimento que só beneficiou o grande capital. O lombo de moradores do Cajueiro foi açoitado pela polícia de Dino somente por que estes reivindicavam o direito de permanecer em seus territórios. O governo Dino também teve como marca imensa violência no campo, sendo o Maranhão um dos estados líder de mortes de lavradores, camponeses, sem terra, índios, além da população LGBTQI+. O governo Dino teve ainda como marca indelével os piores indicadores sociais, econômicos e educacionais. O governo Dino/Jerry que fingia ter derrotado a Família Sarney, tinha em José um amigo fiel. Tanto é que Dino beijou as mãos de Sarney para se tornar membro da Academia Maranhense de Letras e ministro do Supremo Tribunal Federal. O ‘rancoroso’ Jerry anda hoje de mãos dadas e abraçado com Adriano Sarney, neto de José. E, agora José? essa ladainha de um político oportunistas, o seu Jerry vai vingar?

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