• Flávio Dino sobre frente ampla: “quem não está comigo está contra mim, Jesus Cristo ensinou”

    “Se você não forma frente ampla do lado daqui, eles formam do lado de lá”, disse o governador Flávio Dino (PCdoB), à TV 247. Ele também abordou a possibilidade de ser candidato à presidência e a situação no Estado do Maranhão

    Brasil 247 – O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), explicou à TV 247 suas percepções sobre o isolamento da esquerda e a necessidade de uma frente ampla, que ele mesmo vem formando, em defesa do Estado Democrático de Direito. Ele também comentou a possibilidade de concorrer ao Planalto em 2022 e abordou diversos outros temas, como se é o momento de impeachment de Bolsonaro, o apoio do PCdoB ao acordo da Base de Alcântara e a situação no Estado do Maranhão.

    Questionado sobre sua aproximação com o apresentador da Globo Luciano Huck, também presidenciável, Flávio Dino pontuou que as conversas entre os dois não têm objetivos eleitorais. A questão é, segundo o governador, buscar apoio em diferentes setores pela manutenção da democracia no Brasil. “Não estou me aliando com o Luciano Huck pensando em aliança eleitoral, o meu campo político ideológico é claro e conhecido de todos. É até um preceito bíblico, ‘quem não está comigo está contra mim’, Jesus Cristo ensinou. Ou seja, se você não forma frente ampla do lado daqui, eles formam do lado de lá. Então neste momento em que há uma autoridade federal que faz um vídeo nazista, é importante que o Rodrigo Maia, ou o Luciano Huck, ou o Alcolumbre protestem contra isso. Quando eu falo de frente ampla não é necessariamente aliança eleitoral, mas eu penso, aqui e agora, na preservação do Estado Democrático de Direito, acho importante que nosso discurso penetre em outros setores, mas sem ilusões”.

    Dino ressaltou a importância da pluralidade e lembrou que outros governantes já utilizaram de alianças com setores mais distantes para conseguir implementar seus programas políticos, citando inclusive o ex-presidente Lula. “O mundo é plural, a plurivocidade é bonita, então nós temos que partir dessa realidade concreta. Nossas experiências de governo de esquerda no mundo, e no Brasil também, sempre passaram pelo diálogo com pessoas diferentes. Acho muito importante ter cuidado e tenho procurado discernir claramente nessa pluralidade de vozes as vozes principais, que são as vozes do meu campo político, porém ouvindo e reconhecendo a legitimidade das outras vozes. Como Getúlio Vargas governou? Em uma aliança que tinha a esquerda e o PSD, um partido de centro, às vezes até de centro-direita. Nós apoiamos Juscelino Kubitschek, que quase não consegue tomar posse. João Goulart chegou a ter banqueiros como ministros, Lula ganha a eleição com José Alencar de vice-presidente, um empresário liberal”.

    Para ele, a resistência da esquerda por alianças pode ter origem na indignação com a postura política de aliados do passado. “Eu não sei o que houve, talvez justas indignações contra atitudes pretéritas do chamado centro político, levaram a que houvesse uma ideia, que não é verdadeira e não é a melhor, segundo a qual a esquerda deve se isolar”.

    2022
    O governador do Maranhão é cotado, informalmente, para concorrer à presidência da República na eleição de 2022. Segundo ele, ainda é cedo para se colocar como candidato, ainda que fique feliz com o reconhecimento e não se esquive da oportunidade. “Fico muito honrado e feliz com lembranças deste tipo porque significam um reconhecimento de uma trajetória limpa, uma trajetória honesta, uma trajetória dedicada à luta do povo e dos mais pobres nos três poderes do estado, onde tive a função de juiz, de deputado e governador. Não é uma questão da qual eu fuja e nem me incomode com ela, é natural que isto surja, é positivo, porém há tempo para que as respostas sejam dadas, não individualmente, mas coletivamente”.

    “Disputar uma eleição majoritária, qualquer que seja ela, em qualquer nível, demanda que você tenha forças políticas que queiram essa representação. É muito cedo para haver essa definição, de fato seria uma precipitação. Eu diria que seria extremamente pretensioso e, portanto, equivocado alguém neste momento se colocar como candidato a presidente da República, realmente não me coloco nessa situação”, concluiu.

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