• “Gostei da conversa”, diz Trump sobre ligação com Lula

    O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse ter gostado da conversa com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na manhã desta segunda-feira (6/10).

    Os dois conversaram por 30 minutos sobre as tarifas de 50% impostas a produtos brasileiros pela Casa Branca. Na ocasião, Lula pediu a retirada das sobretaxas e das sanções a autoridades brasileiras.

    “Esta manhã, tive uma ótima conversa telefônica com o presidente Lula, do Brasil. Discutimos muitos assuntos, mas o foco principal foi a economia e o comércio entre nossos dois países. Teremos novas discussões e nos encontraremos em um futuro não muito distante, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. Gostei da conversa — nossos países se darão muito bem juntos!”, afirmou o republicano em uma rede social.

    De acordo com o governo brasileiro, durante a ligação, os líderes concordaram em se reunir presencialmente em breve. O encontro pode ocorrer em três ocasiões: na viagem à Malásia, durante a Cúpula da Asean; em Belém, na COP30; e em uma possível ida do presidente brasileiro aos Estados Unidos.

    O presidente Lula pediu a Donald Trump a retirada do tarifaço imposto pelo republicano ao Brasil. O petista também solicitou que Trump suspenda “medidas restritivas aplicadas contra autoridades brasileiras” —o republicano cassou vistos de auxiliares de Lula e autorizou sanções financeiras contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

    De acordo com comunicado do Palácio do Planalto, Trump escalou seu secretário de Estado, Marco Rubio, para dar sequência às negociações com autoridades brasileiras sobre o tema. Ambos líderes concordaram ainda em realizar uma reunião presencial em breve, e Lula sugeriu a cúpula da Asean (Associação de Nações do Sudeste Asiático), no final de outubro na Malásia, como uma opção.

    Ainda segundo o comunicado, Lula se colocou à disposição para viajar aos Estados Unidos e encontrar-se com Trump.

    “O presidente Trump designou o secretário de Estado Marco Rubio para dar sequência às negociações com o vice-presidente Geraldo Alckmin, o chanceler Mauro Vieira e o ministro da Fazenda Fernando Haddad. Ambos os líderes acordaram encontrar-se pessoalmente em breve. O presidente Lula aventou a possibilidade de encontro na Cúpula da Asean, na Malásia; reiterou convite a Trump para participar da COP30, em Belém (PA); e também se dispôs a viajar aos Estados Unidos”, afirmou o Palácio do Planalto.

    A nota do governo descreve que a conversa telefônica durou 30 minutos e ocorreu “em tom amistoso”. Lula e Trump “relembraram a boa química que tiveram em Nova York por ocasião da Assembleia Geral da ONU”, diz o Planalto.

    Ao defender o fim do tarifaço, Lula levantou argumentos já utilizados por autoridades brasileiras, entre eles o de que o Brasil é um dos três únicos integrantes do G20 que mantêm déficit com os EUA na balança de bens e serviços —os outros são Reino Unido e Austrália.

    Boa química
    No fim de setembro, durante viagem de Lula aos Estados Unidos para a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), os líderes se encontraram rapidamente e, após um abraço, segundo Trump, combinaram de agendar reunião para tratar das tarifas de 50% impostas a produtos brasileiros pela Casa Branca.

    A ligação entre os presidentes é vista como um primeiro passo para a abertura do diálogo. Lula colocou o vice-presidente Geraldo Alckmin, e os ministros Mauro Vieira (Relações Exteriores) e Fernando Haddad (Fazenda) para intermediar as negociações. Por parte dos Estados Unidos, o representante de Trump será o secretário de Estado, Marco Rubio.

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