As belezas naturais dos atrativos maranhenses estão em destaque entre os destinos de luxo para os viajantes. Segundo pesquisa do Anuário de Viagens de Luxo ILTM & PANROTAS 2024/25, realizada com 3.284 pessoas, os Lençóis Maranhenses são o destino preferido dos turistas brasileiros de alta renda, desbancando Fernando de Noronha. Mas o que está por trás do interesse desses turistas que costumam ser exigentes quando o assunto é viajar?
Com duas pesquisas exclusivas, a publicação do anuário mostra as tendências das viagens de alto padrão e revelou que 8,5% dos viajantes de luxo têm como prioridade para sua próxima viagem conhecer os Lençóis Maranhenses. Fernando de Noronha apareceu em segundo lugar na pesquisa com 8,1% da preferência.
Os números foram extraídos do anuário realizado com viajantes e agentes de viagens. A pesquisa com viajantes revelou que o perfil médio desse público possui renda mensal acima de R$ 30 mil, com faixa etária entre 30 e 49 anos.
Ainda segundo a pesquisa, 64,5% dessas pessoas ganham entre R$ 30 e R$ 50 mil por mês e 60% são residentes da região Sudeste do país. O estudo do anuário apontou também que os viajantes entrevistados costumam fazer de 2 a 5 viagens nacionais por ano, refletindo o gosto pelo turismo.
Além dos Lençóis maranhenses e de Fernando de Noronha, a lista dos dez destinos nacionais que os viajantes gostariam de conhecer na próxima viagem conta também com: Amazonas (4,4%), Bonito e Jalapão (3,8%), Natal (3,4%), Fortaleza (3,2%), Pantanal (3%), Recife (2,8%) e Gramado (2,6%).
Há cinco anos atuando no ramo da hotelaria, a empresária Anna Teresa Ramus é proprietária de um hotel de luxo em Atins, que conta com uma estrutura composta por 9 chalés e 11 suítes, onde costuma receber em média 7.300 hóspedes por ano.
A empresária elenca alguns fatores que contribuíram para aumento na preferência entre os turistas de alta renda pelos Lençóis Maranhenses. “Tivemos alguns motivos para este aumento do interesse em visitar os Lençóis Maranhenses, entre eles o efeito pós-pandemia, onde os viajantes nacionais deram preferência a viagens dentro do país. O título de Patrimônio Natural da Humanidade trouxe à luz a beleza indescritível do lugar e, dessa forma, atraiu o interesse pelo destino”.
Anna Teresa acrescentou ainda que a prática de kitesurf também foi um importante fator de impulso da atividade turística além, é claro, das melhorias na infraestrutura. “Tudo isso favoreceu muito a vinda destes turistas, assim como o acesso a um volume maior de informação sobre como chegar e o que visitar”, explicou.
Lazer, esporte e turismo sustentável
O perfil maranhense para o turismo de luxo também advém das múltiplas possibilidades de experiências. Umas delas é o kitesurf, bastante praticado no povoado de Atins, em Barreirinhas, considerado um destino paradisíaco e um dos melhores locais do país para a prática do esporte. Mistura perfeita entre natureza, amplo litoral, além de ventos fortes e constantes. Não à toa, já conta com uma rede hoteleira bem estruturada, estabelecimentos de diferentes portes, rústicos e sustentáveis. A prática vem ganhando destaque e a procura por esse tipo de velejo cresce a cada dia.
Outros produtos direcionados ao público mais exigente nas viagens estão conquistando mercado, como: o café da manhã nas dunas, o mirar das estrelas e trekking. Para os aventureiros, mais do que conhecer o paraíso maranhense, é possível mergulhar na cultura local, visitar e até se hospedar nas comunidades nativas.
Comunidade Bar da Hora
Uma dessas comunidades, Bar da Hora, recentemente, foi premiada no Premio Braztoa como modelo de sustentabilidade. O que faz com que os Lençóis Maranhenses agradem a todos que buscam experiências autênticas. Localizado entre os povoados de Atins e Mandacarú, zona de amortecimento do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, o local permite a prática do caiaque, pesca tradicional, passeios personalizados, caminhadas ao Farol Preguiças, além da imersão no estilo de vida dos moradores.
Para o piloto de voadeira, Jamerson Pereira, “as pessoas são tão boas e tão bonitas quanto o lugar”. E completou: “Queremos um turismo que possa melhorar a vida da gente”. Aos poucos, é o que tem acontecido.