O Maranhão é o estado com menor concentração médicos registrados para atender a população, com cerca de um profissional para cada mil habitantes. As regiões Norte e Nordeste seguem uma tendência parecida, com a maior parte dos estados apresentando uma média semelhante ao território maranhense, o que mostra uma desigualdade na cobertura médica no país. Os dados que se baseiam em 2023 foram divulgados, nesta segunda-feira (08), pela plataforma Demografia Médica do Conselho Federal de Medicina (CFM).
O Maranhão aparece com índice de 1,26 por mil habitantes, sendo o menor do país.
O país chegou a 575.980 médicos ativos, sendo que apenas 30.549 deles estão no Norte e 121.786 no Nordeste. A média de cidades do interior da Bahia, Rio Grande do Norte, Ceará, Pernambuco, Acre, Piauí, Alagoas, Maranhão, Pará, Sergipe, Amapá, Amazonas e Roraima não chega a um médico por mil habitantes. Enquanto isso, no interior de Santa Catarina a média é de 2,6 médicos. O Sudeste possui a maior concentração do país, com 321.905 profissionais.
“A maioria dos profissionais têm optado por se instalar nos estados do Sul e do Sudeste e nas capitais devido às condições de trabalho. Aqueles que moram no Norte, no Nordeste e nos municípios mais pobres do interior se ressentem da falta de investimentos em saúde, dos vínculos precários de emprego e da ausência de perspectivas”, disse o presidente da CFM, José Hiran Gallo.
Quantidade de médicos “mais do que quadriplicou” em 34 anos
O número foi de 131.278, em 1990, para 575.930. Na concentração de profissionais o aumento foi de 0,91 médicos para 2,81 a cada mil habitantes. A média ainda é menor do que grande parte dos países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) de 3,7 médicos por mil habitantes, segundo dados de 2021.
Apesar disso, número é superior a países como Estados Unidos com 2,6; Canadá 2,7; Japão, 2,5; Chile, 2,2; China, 2.
Médicos estão concentrados nas capitais
Enquanto 52,4% do total de médicos atuam nas 27 capitais, apenas 47,6% estão em 5.541 municípios do interior do país. A tendência é a mesma dos relatórios anteriores. A maior concentração nacional de profissionais por mil habitantes está no Distrito Federal, seguido de Rio de Janeiro e São Paulo.
Número de médicas cresceu
Segundo o relatório, os homens representam 50,08% do total (288.473), enquanto as mulheres são 49,92% (287.457). Em 2010, os homens representavam 60,09% e elas respondiam por 39,91%.
A idade média dos médicos homens é é de 47,4 anos, enquanto a média das médicas é de 42 anos.
Graduados em faculdades privadas é maior do que em públicas
Enquanto 293.544 pessoas se formaram em faculdades privadas, 257.976 vieram das públicas. Cerca de 24 mil têm formação em escolas de medicina do exterior.
Densidade de médicos por UF
Distrito Federal – 6,31
Rio de Janeiro – 4,34
São Paulo – 3,7
Espírito Santo – 3,61
Minas Gerais – 3,46
Rio Grande do Sul – 3,42
Paraná – 3,2
Santa Catarina – 3,15
Paraíba – 3,08
Mato Grosso do Sul 3,02
Goiás – 2,93
Rondônia – 2,81
Tocantins 2,78
Sergipe 2,6
Piauí – 2,45
Pernambuco – 2,44
Rio Grande do Norte – 2,42
Mato Grosso – 2,33
Alagoas – 2,29
Ceará – 2,26
Bahia – 2,09
Roraima – 1,82
Acre – 1,82
Amazonas – 1,62
Amapá – 1,52
Pará – 1,39
Maranhão – 1,26
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