Pablo Marçal (PRTB) passou a madrugada no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, após levar uma cadeirada de José Luiz Datena (PSDB) depois de discussões no debate da TV Cultura.
Em resposta aos seguidores no Instagram, ele disse que sentiu dor ao respirar fundo ao deixar o debate e por isso foi para o hospital em uma ambulância.
Marçal contou ter recebido uma pancada na mão e sofrido uma fratura no sexto arco costal.
O candidato afirmou que não revidou a cadeirada porque jamais agrediria um idoso. Datena tem 67 anos e Marçal tem 37.
“Eu tenho controle emocional”, disse. “Aguento tudo. Ainda mais para servir o povo. É uma missão. Tem que aguentar gente cuspindo, ameaça, cadeirada”.
O candidato do PRTB provocou o apresentador nos blocos anteriores ao resgatar uma denúncia de assédio sexual contra Datena. O jornalista respondeu que o caso não foi confirmado pela polícia e acabou sendo arquivado pela Justiça. Disse ainda que o fato atingiu sua família e levou à morte de sua sogra.
“Senhoras e senhores, nós vamos às manchetes dos debates pela pior cena já vista em debates. Peço que se comportem para terminarmos bem o debate”, disse o mediador Leão Serva após a confusão, afirmando que a agressão foi um dos “eventos mais absurdos da história da TV brasileira”.
Datena disse que reagiu ao ter sido acusado de cometer o que jamais cometeu. Momentos antes, o autodenominado ex-coach relembrou uma acusação de assédio sexual que o jornalista respondeu em 2019.
“Me senti agredido, vi a figura da minha sogra [que morreu após a acusação de assedio]. Infelizmente, eu perdi a cabeça. Não devia ter perdido? Acredito que não, poderia ter simplesmente saído e ido embora para casa, teria sido melhor.”
O caso citado por Marçal ocorreu em 2019, quando Bruna Drews, então repórter do programa Brasil Urgente, apresentado por Datena na Band, disse ter sido assediada pelo tucano. A jornalista afirmou, na época, que o apresentador frequentemente fazia comentários sobre seu corpo, em tom sexual. Após a repercussão do caso, ela se retratou e protocolou uma declaração em cartório em que afirma ter mentido. Dias depois, afirmou nas redes ter sido induzida a se retratar.
Datena lembrou que, assim como já chorou em entrevista, como na sabatina promovida por Folha e UOL, teve a reação contra Marçal pois, segundo ele, “não pode se conter”. Ele disse que pretende se manter candidato do PSDB “até o fim”. Antes do debate, em entrevista à imprensa, Datena comentou o fato de ter chorado no final da sabatina realizada pela Folha e UOL, na sexta-feira (13). “Eu choro, sorrio, se precisar dar porrada, dou porrada”, disse.
Datena falou que Marçal havia pedido “perdão pelas acusações que ele havia feito a mim e aos outros candidatos, mas principalmente a mim, e não incluía nada tão grave como isso, que foi uma calúnia e difamação”.
Além disso, o candidato do PSDB afirmou não saber se a série de mensagens foi escrita pelo próprio Marçal. “Acredito que nem tenha sido ele quem escreveu, algum assessor, porque estava muito bem escrito”, falou.
“Oi Datena. Me perdoe pelas palavras pesadas contra você”, dizia uma. “Tenho sentido que somos animais num zoológico e todos querem ver agressões gratuitas”, dizia a outra.
As respostas enviadas por Datena a Marçal foram feitas por mensagem temporária, portanto, o tucano não tinha mais acesso a elas. Ele afirmou, para o blog, que sua resposta foi “direta e curta”.